Gleisi põe discordâncias em segundo plano e prega união para manter projeto

Gleisi põe discordâncias em segundo plano e prega união para manter projeto

Gleisi: O projeto que interessa ao País é o que colocou mais pobres na universidade e mais comida na mesa do brasileiro. Que fez 40 milhões de pessoas ascenderem socialmente O equilíbrio entre a coerência programática e a capacidade de compreender a conjuntura são fatores essenciais para que o PT e o governo possam continuar consolidando o projeto que, em 13 anos, foi capaz de tirar 30 milhões de brasileiros da miséria. Esse é o ponto essencial da atual conjuntura, avaliou a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), em pronunciamento ao plenário nesta segunda-feira, repercutindo vários dos pontos do discurso histórico do ex-presidente Lula no último sábado, na festa de 36 anos do Partido.

Gleisi comparou a relação do PT com o governo da presidenta Dilma a um casamento — “e é preciso ter harmonia para conduzir um casamento” — e ressaltou que o norte dessa relação tem que ser as necessidades da maioria da população. “O projeto que interessa a esse País é o que colocou mais pobres na universidade e mais comida na mesa do brasileiro. Que fez 40 milhões de pessoas ascenderem na escala social e levou energia elétrica a milhões e milhões de brasileiros”, afirmou a senadora.

Para preservar essas conquistas e continuar avançando, alerta ela, “é necessário ter a consciência da linha mestra que nos fez chegar ao governo e nos fez chegar ao poder”. Partido não é governo e governo não é partido, lembrou Gleisi, mas o objetivo estratégico de mudar o Brasil em favor da maioria é que orienta as ações para evitar que um e outro fiquem “à deriva nas disputas internas, estimulando a oposição a querer interferir nos rumos do governo e fortalecer suas posições”.

Citando Lula, Gleisi destacou que os petistas vão “divergir no que tiverem que divergir, falar o que tiverem que falar”. “Partido não tem que concordar com tudo o que o governo quer, e o governo não tem que concordar com tudo o que o partido ou os partidos que compõem a sua base querem. Mas nós estamos juntos”.

Gleisi repetiu a conclamação de Lula: “Este governo é nosso!” e destacou que esse posicionamento do ex-presidente expressa a responsabilidade dele com o País e com o futuro. “Nós temos responsabilidade de ajudar o governo, discutir, de compartilhar e encontrar saídas. O militante do PT não pode virar as costas e dizer que o problema não é dele. O problema é nosso! Meu, seu e da Dilma”, afirmou a senadora.

Gleisi concordou com a manifestação de Dilma em sua recente visita ao Chile — cobrada por sua ausência na festa do PT, a presidenta respondeu que “não governa para só para o PT, mas para todos “—, mas lembrou que nas democracias as eleições são um processo de escolha entre candidatos e programas. “O candidato e o programa que saem vitoriosos é que devem dar a linha ao governo e estabelecer as prioridades. Um governante governa para todos, mas sempre orientado pelo programa de governo que lhe deu a vitória nas urnas”.

A senadora ponderou, ainda, que numa disputa eleitoral da envergadura da que se dá em torno da Presidência da República, é difícil um partido ganhar e governar sozinho. “Daí a importância das alianças políticas, que agregam ideias coincidentes. Não agregam ideias idênticas nem são hegemônicas, senão estaríamos todos no mesmo partido”. O governo é ganho com um programa e uma aliança, no interior da qual disputam-se as ideias e ações. “A linha mestra é o programa, mas haverá disputas para definir para que lado penderão mais as decisões”.

De nós, só poderão ganhar nas urnas
Sobre a campanha escancarada de setores da grande imprensa, da oposição e até de integrantes de órgãos de Estado para desconstruir o PT, a senadora deu um recado bem claro: “Se a oposição quiser voltar ao governo, se a grande mídia quer nos tirar, é bom eles saberem que vão ter que aprender a ser democratas, disputar eleição e respeitar o resultado. Golpes não vamos aceitar”.

Gleisi elogiou a coragem do presidente Lula, que mesmo sob pesados ataques, mantém a serenidade e a disposição para enfrentar o momento adverso e trabalhar pelo projeto que une os petistas e os setores democráticos.  “Apesar dos ataques cada vez mais covardes que fazem para desacreditar um dos maiores líderes populares que este País já teve, Lula continua sendo o melhor presidente do País na opinião dos brasileiros”. Esse reconhecimento foi atestado pela pesquisa DataFolha divulgada sábado (27), no jornal Folha de S. Paulo, segundo a qual Lula foi o melhor presidente que o Brasil já teve na opinião de 37% dos brasileiros”.

 

O bombardeio a Lula não destrói seu patrimônio político nem sua força eleitoral. Sucessivas pesquisas têm mostrado que em qualquer cenário eleitoral, enfrentando quaisquer candidatos – Aécio Neves, Marina Silva, Geraldo Alckmin, José Serra – Lula estaria no segundo turno. “Sabem por quê? Porque representa um projeto que mudou este País, e o povo mais pobre, mais sofrido, sabe disso”.

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