O projeto da prefeitura de Curitiba abrange todas as instituições de ensino do município. Na Escola Municipal Piratini, no bairro do Pinheirinho, os alunos fizeram uma “vacina anti-bullying” – uma gotinha de suco de laranja – e “imunizaram” os 380 alunos da escola, inclusive chamando os pais para participarem da atividade lúdica. Além disso, as crianças fizeram uma apresentação falando das experiências relativas a esse tipo de abuso.
“Muitas não sabiam que o que elas estavam fazendo era bullying e ofendia aos colegas. Elas não sabiam, muitas vezes, porque elas veem, no comportamento em casa ou na rua, as pessoas tirando sarro, fazendo brincadeiras grosseiras e reproduzem isso na escola achando que é normal. Então, ao fazerem isso, todas escreveram no papel e fizeram uma fogueira dos bullyings cometidos e sofridos, queimando as dores que ocasionaram aos demais colegas ou as que tiveram”, explicou a senadora.
A campanha curitibana também leva alguns personagens fictícios para as escolas, cada uma com alguma necessidade especial. “A interação desses personagens com as crianças, falando das deficiências e também da integração tem sido algo muito proveitoso”, salientou Gleisi. Ainda de acordo com a senadora, é possível estender essa ação para a rede estadual, para a internet e até ao próprio Senado.
Ao pedir um voto de aplauso pela iniciativa, ela solicitou que esse voto seja encaminhado ao MEC, para que este desenvolva uma campanha nacional anti-bullying com base nessa experiência de Curitiba. A proposta é que o tema seja trabalhado de forma lúdica e simples para que as crianças tenham consciência dos atos e consequências desse tipo de agressão. A petista lembrou que muitas vezes seus filhos, que tem 13 e 8 anos, de situações abusivas que ocorrem na escola.
Gleisi sugeriu ainda uma audiência pública sobre o tema com a presença de representantes do MEC, da Secretaria de Educação de Curitiba, da escola Pratini e senadores – como Paulo Paim (PT-RS) e Ana Amélia (PP-RS). O intuito é repercutir a experiência com crianças e adolescentes, para que levem posteriormente o debate para as redes sociais. “A internet é hoje um ambiente propício para esse tipo de coisa. Assim como ela traz coisas boas, necessárias, informação, educação, também traz coisas ruins e perversas”, destacou.