“Nós precisamos de uma reforma política, precisamos reformar esse instituto que dá condições de estarmos aqui fazendo o debate”, defendeu.
Para a senadora, não está na “boca do povo” a discussão do impeachment, como dizem algumas vozes da oposição. A tese de impeachment que está sendo defendida pela oposição, de acordo com Gleisi, se aplica a qualquer parlamentar do Senado, porque a responsabilidade, nesse caso, é subjetiva.
“Esse é um tipo de discussão que se está tentando imprimir à sociedade e colocar na boca do povo brasileiro. Não está na boca do povo brasileiro. É a oposição que tem vindo aqui e sistematicamente tem colocado da tribuna”, disse. “Nós temos que ter muito cuidado com isso, porque isso, sim, é um atentado à democracia, é um atentado às nossas instituições e, principalmente, ao princípio constitucional. Não há uma tese para se colocar uma restrição desta”, emendou.
A senadora ainda lembrou o parecer encomendado, semanas atrás, por advogado ligado ao instituto do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ao jurista Ives Gandra Martins. Nele, Ives apresenta tese que sustentaria o impedimento da sequência do segundo mandato de Dilma.
Em plenário, Gleisi classificou o parecer como “um atentado à democracia e à Constituição brasileira”. “O impeachment precisa ser processado e julgado por esta Casa, tem que ter fato objetivo, responsabilidade objetiva, não pode ser a teoria que foi colocada”, disse.
De acordo com a parlamentar, essa discussão de impeachment remete a um golpe, e não uma discussão democrática. “Parece que a oposição não se convenceu de que perdeu a eleição. Nós não temos medo de fazer essa discussão e nem medo de assumirmos que temos uma crise, que temos uma dificuldade para enfrentar, mas não é com discurso fácil que nós vamos enfrentar essa dificuldade”, ressaltou.
Descontentamento popular
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) alertou o governo para a necessidade de diálogo. Para ele, o governo está fechando os olhos para o descontentamento popular, que está sendo insuflado por golpistas. Ainda de acordo com Buarque, caso não haja diálogo, “todos podemos ser surpreendidos”.
“Eu não estou em nenhum movimento por impeachment da Presidenta Dilma, mas eu quero que a gente desperte que o povo está descontente, que isso pode crescer, e aí a gente perde o controle, como vocês perderam o controle da economia por falta de ouvir alertas”, disse.