Gleisi vê desinformação e falso debate sobre os conselhos populares

Senadora diz que não procede tese de que decreto fere o Poder LegislativoA senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) em discurso feito na tarde desta terça-feira (4) esclareceu o propósito do Decreto 8.234/2014 que trata da organização da Administração Pública Federal em relação à participação social prevista na Constituição Federal. “O decreto organiza as instâncias de participação sociais já existentes no Governo Federal; estabelece diretrizes para o funcionamento e estimula os órgãos e entidades da administração pública federal, direta e indireta, a considerarem na gestão de políticas públicas as instâncias e os mecanismos de participação social”, disse ela. O decreto amplia, por exemplo, mecanismos de participação para toda a sociedade por meio de plataformas virtuais da internet, nas quais todos os cidadãos podem se manifestar sobre políticas públicas, como aconteceu com o marco civil da internet que passou por ampla e diversificada discussão.

Gleisi rebateu as afirmativas de alguns senadores de que o Decreto 8.234/14 fere a autonomia do Poder Legislativo e interfere nas prerrogativas de representação do Congresso Nacional. “Isso não é verdade. Estamos fazendo uma falsa discussão, um falso debate”. Segundo ela, a presidenta Dilma ao baixar esse decreto quis a organização da Administração Pública Federal em uma matéria que já é disciplinada pela Constituição Federal. “Apenas regulamentou no âmbito do Poder Executivo. Não é nem do Legislativo”, afirmou.

A senadora explicou que é preciso deixar claro ao Senado e, principalmente, para a sociedade, que o decreto não cria novos conselhos e comissões, nem instala novos órgãos da Administração Pública Federal, não obriga a criação de conselhos ou de outras instâncias de participação por nenhum órgão, não retira atribuições do Congresso Nacional, nem interfere nos outros poderes ou nos outros entes federativos, não restringe o conceito de sociedade civil que inclui todos os cidadãos, organizados e não organizados, entidades patronais, entidades de trabalhadores, organizações da sociedade civil e movimentos sociais, formalizados ou não. “Na prática inclui toda a sociedade brasileira, não submete as instâncias de participação social a qualquer controle centralizado do Governo Federal”, observou.

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