A presença do jornalista Glenn Greenwald na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados (CDHM) nesta terça-feira (25) transformou o que era para ser uma audiência pública num caloroso e urgente debate sobre direito constitucional e liberdade de imprensa.
Mas não só. Convidado por meio de requerimento proposto pela Oposição para falar sobre a série de denúncias que desmorona a tese de imparcialidade da Operação Lava Jato, o estadunidense que vive há 15 anos no Brasil enfrentou – com provas e convicção – cada um dos questionamentos dos parlamentares sem perder a lisura que faltava aos raivosos membros da bancada governista presentes.
Cada um deles custava a ouvir o que as reportagens publicadas pelo The Intercept já deixaram evidentes: “Este material que estamos publicando já mostrou e vai continuar mostrando que Moro era o chefe da força-tarefa da Lava Jato, era o chefe dos procuradores. Ele está o tempo todo mandando o que os procuradores deveriam fazer e depois fingia ser imparcial”.
Tamanho o peso de suas declarações (e das matérias assinadas por ele) que, antes mesmo de dizê-las, já avisara aos presentes que intimidação alguma lhe faria deixar o país. “Eu não vou sair do Brasil porque eu confio na Constituição brasileira que é muito clara ao proteger a liberdade de imprensa. Aliás, seria interessante que o partido do governo lesse o artigo 5 que diz todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”, invocou o jornalista.