A redução da desigualdade no Brasil, que vinha avançando quase ininterruptamente durante os governos do Partido dos Trabalhadores na presidência do País, foi interrompida após o golpe de 2016. Em 2017, pela primeira vez em 15 anos, os 40% mais pobres tiveram variação de renda pior do que a média nacional, segundo relatório da ONG Oxfam divulgado nesta segunda-feira (26).
O dado alarmante vem a tona poucos anos após o Brasil finalmente sair do Mapa da Fome, em 2014, situação que também sofre retrocesso com o governo Temer e tende a piorar com a eleição de Bolsonaro. Entre 2003 e 2014, 29 milhões de cidadãos saíram da condição de pobreza. Nesse período, o nível de renda dos 40% mais pobres aumentou, em média, 7,1% em termos reais, enquanto o da população geral cresceu 4,4%.
Já em 2017 foram registrados cerca de 15 milhões de brasileiros na extrema pobreza (7,2% da população), segundo os critérios estabelecidos pelo Banco Mundial (renda inferior a 1,90 dólar por dia). O número é 11% superior ao de 2016, quando havia 13,3 milhões de miseráveis (6,5% da população).