Lindbergh: A motivação desse pessoal aqui foi, sim, parar a Lava JatoO senador Lindbergh Farias (PT-RJ) disse nesta segunda-feira (30), em plenário, que a atual situação política do País acabou por colocar o PSDB em crise. Tudo isso, segundo o parlamentar, porque os tucanos, liderados por Aécio Neves, presidente nacional da legenda, de forma covarde, contavam com a criminalização do PT e dos movimentos sociais, para tirar proveito da situação.
“O PSDB não demarcou campo com quem ia para as passeatas defendendo intervenção militar.Demarcaram campo com o Bolsonaro; foram de braços dados com o Bolsonaro. E mais: não demarcou campo com quem tinha uma pauta de valores extremamente reacionários: preconceito contra a mulher, contra os negros, contra os nordestinos, contra a comunidade LGBT”, disse.
Lindbergh ainda apontou que um dos maiores derrotados do golpe contra a presidenta Dilma é o senador Aécio Neves. Em junho do ano passado, no Datafolha, Aécio tinha 35% das intenções de voto nas pesquisas. Na última pesquisa estava com 17%, lembrou. “Depois de ser citado por tantos delatores, deve ter caído mais”, salientou Lindbergh.
Além disso, para o senador, as gravações feitas pelo ex-senador Sérgio Machado que, inicialmente levaram à queda do ministro provisório do Planejamento, Romero Jucá, divulgados pelo jornal Folha de S. Paulo, deixaram claro que a motivação para afastar a presidenta Dilma Rousseff não foram as pedaladas fiscais, a edição de decretos de créditos suplementares. “A motivação desse pessoal aqui foi, sim, parar a Lava Jato. Foi, sim, parar a Lava Jato! Essa, a primeira motivação”, enfatizou.
Outra motivação para o golpe, segundo Lindbergh, é a tentativa de restaurar o neoliberalismo com um conjunto de propostas que retiram direitos dos trabalhadores, para o senador, essas medidas atacam o legado do presidente Lula, de Ulysses Guimarães, com a Constituição Cidadã, e até de Getúlio Vargas. “Os historiadores no futuro vão tratar disso aqui para mostrar que houve um golpe no País”, disse.
Lindbergh ainda lembrou da repercussão internacional do golpe após a divulgação das gravações de Sérgio Machado. O The New York Times destacou, saiu à frente com uma matéria dizendo que a transcrição dos áudios sugere um complô para afastar a presidenta Dilma. Outro periódico, o Die Zeitung, alemão, fala também em complô de Brasília. O The Guardian, inglês, que tem feito matérias praticamente toda semana, vai na mesma linha, aponta Lindbergh, e fala em “complô maquiavélico para derrubar a presidenta Dilma”.
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