O contexto do golpe parlamentar que levou Michel Temer (MDB) à Presidência da República se relaciona diretamente com o aumento da violência no campo e nas cidades. Sob o pretexto da crise, o Estado sob comando dos golpistas tem agido de acordo com interesses privados, impulsionando uma agenda que viola sistematicamente os direitos humanos.
A violência, portanto, se manifesta como consequência do aumento do desemprego, do número de pessoas em situação de rua, da precarização de serviços públicos que já não recebiam o devido investimento, como saúde e educação, da informalidade e da exploração já sentidas após a reforma trabalhista, entre outras consequências do atual momento político do país.
“Há uma combinação entre impeachment, um aperto cada vez maior sobre as contas públicas para favorecer os grandes agentes econômicos, os grandes bancos, as grande corporações, e ao mesmo tempo há toda uma violência, uma criminalização dos movimentos e pressão sobre os territórios das periferias e favelas onde estão as pessoas mais pobres”, aponta Aércio Barbosa de Oliveira, coordenador da Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (FASE), entidade do Rio de Janeiro.