Gleisi: elogio dos colegas pela elegância e mão forteDurante exposição no Rio de Janeiro, nesta segunda-feira (30), o presidente do banco Itaú Unibanco, Roberto Setubal, não deixou dúvidas sobre seu apoio aos golpistas. Com o mesmo rame-rame dos parlamentares que sustentaram o processo de impeachment, o banqueiro diz que “os políticos fizeram as escolhas que tinham que fazer” e que “o Brasil abre perspectivas postivas”. Um dia após a exibição do vídeo “para investidores”, o ex-economista-chefe do banco controlado por Setúbal, Ila Goldfajn, nomeado presidente do Banco Central pelo governo golpista de Michel Temer foi examinado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), do Senado, de quem o indicado depende da aprovação para ocupar o cargo.
O governo golpista tem pressa, mas a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que preside a CAE, não quer atropelamentos. Antes, quer que a CAE saneie todas as dúvidas e questionamentos acerca da indicação de Goldfajn, entre elas a garantia da legalidade da indicação.
A primeira grande dúvida foi levantada pelo senador Lindbergh Farias (PT-RJ), autor do requerimento que questiona a legalidade de a presidência do Banco Central vir a ser ocupada por um dos sócios do Itaú – justamente o banco do banqueiro que apoia o golpe.
Em sua argumentação, o senador Lindbergh ressaltou que Ilan, como presidente do BC, terá acesso a informações confidenciais dos demais bancos públicos e privados do País – apesar da garantia de Goldfajn de que irá vender sua parte do Itaú.
O envio do requerimento, por outra parte, inviabilizou o plano dos parlamentares que apoiam o governo golpista de Michel Temer de apressar a votação sobre a nomeação de Goldfajn. Em bloco, pressionaram Gleisi Hoffmann para driblar o regulamento que estabelece prazo de cinco dias entre o pedido de informações dos senadores e a sabatina com o indicado, mas a senadora não cedeu.
Ilan será sabatinado na terça-feira da semana que vem (05/06), conforme estabelece o regimento.
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