Diante da total negligência do desgoverno Bolsonaro no combate à pandemia, os governadores tomaram para si a tarefa de salvar vidas e acelerar a imunização da população brasileira. Nesta quarta-feira (10), gestores de 24 estados e do Distrito Federal assinaram o Pacto Nacional em Defesa da Vida e da Saúde. O documento estabelece a criação de um comitê gestor, integrando Executivo, Congresso, Poder Judiciário, estados, municípios e especialistas reunidos em torno de uma comissão para sugerir ações e diretrizes para mitigar os efeitos da pandemia e ampliar a vacinação.
A iniciativa representa uma luz no fim do túnel da catástrofe que se abateu no país pela inexistência de gestão federal da crise. A carta reafirma a necessidade urgente de ampliação da vacinação, no marco legal do Plano Nacional de Imunização, com negociações internacionais junto aos laboratórios e diálogo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Os governadores também defendem o fortalecimento de medidas preventivas como o isolamento social e o uso de máscaras em caráter nacional. “Há limites objetivos à expansão de leitos hospitalares, tendo em vista escassez de insumos e de recursos humanos”, justificam os gestores.
“Dessa forma, as medidas preventivas protegem as famílias, salvam vidas e asseguram viabilidade aos sistemas hospitalares. Medidas como o uso de máscaras e desestímulo a aglomerações tem sido usadas com sucesso na imensa maioria dos países, de todos os continentes”, aponta o documento, que sustenta ainda a importância do apoio para a ampliação de leitos de UTI em estados e municípios.
Governador aponta colapso nacional
Nesta quinta-feira (11), os governadores participaram de uma audiência pública da Comissão Temporária Covid-19 no Senado para discutir o enfrentamento à pandemia. Na reunião, o governador do Piauí e representante do Fórum dos governadores do Nordeste, Wellington Dias, desmentiu o ministro da Saúde Eduardo Pazuello, que afirmou, na quarta-feira, que o sistema de saúde “não vai colapsar”.
Dias alertou que o país já vive um colapso hospitalar nacional, com milhares de pacientes desassistidos. “Algo aí como 30 mil, 40 mil pessoas em todas as filas hospitalares por vaga de UTI e, em alguns lugares também, de leito clínico. Ou seja, gente morrendo por falta de respirador”, constatou o governador.
O governador reforçou a importância de medidas restritivas para bloquear a circulação de pessoas em todo o país, de modo integrado, “para cortar a transmissibilidade do vírus”. Ele ressaltou, no entanto, que o Brasil só sairá da crise por meio de uma campanha de vacinação universal.