Desmonte

Governo Bolsonaro abandonou reforma agrária

Ex-presidenta Dilma Rousseff incorporou 3,1 milhões de hectares no primeiro mandato e o sucessor Temer agregou 664 mil hectares, depois do golpe. Nos três anos e meio de governo Bolsonaro, foram só 2,8 mil hectares
Governo Bolsonaro abandonou reforma agrária

Foto: Reprodução

Reportagem da Folha de S. Paulo dessa segunda-feira (9) ilustra o descaso do governo Bolsonaro com a questão agrária. Segundo o jornal, o orçamento para aquisição de terras desabou entre 2011 e 2022, passando de R$ 930 milhões para R$ 2,4 milhões, enquanto a incorporação de terras ao Programa Nacional de Reforma Agrária praticamente desapareceu.

Nos dois governos do ex-presidente Lula foram incorporados 47,6 milhões de hectares ao programa, mais que o dobro do executado nos oito anos em que o antecessor Fernando Henrique Cardoso esteve na Presidência (20,8 milhões). A ex-presidenta Dilma Rousseff incorporou 3,1 milhões de hectares no primeiro mandato e o sucessor Temer agregou 664 mil hectares, depois do golpe. Nos três anos e meio de governo Bolsonaro, foram só 2,8 mil hectares.

Segundo o jornal, Bolsonaro intensificou ação do governo Temer e mudou o programa para torná-lo pior. “O modelo de distribuição de terras a camponeses pobres deu lugar a outro em que as verbas são minguantes, as desapropriações de terras e assentamentos de famílias quase não existem mais e o foco se resume a uma maratona de entrega de títulos de propriedade aos antigos beneficiários”, diz o jornal, que fala em entrega de 337 mil títulos numa estratégia de enfraquecer o movimento de luta pela terra.

“A titulação das propriedades rurais da reforma agrária insere-se no objetivo político de esvaziar a influência do MST sobre os assentados, além de buscar abrir uma frente eleitoral em um terreno tradicionalmente controlado pelos partidos de esquerda”, diz trecho da reportagem.

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