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Governo Bolsonaro queimou 10% das reservas internacionais

Supostos motivos para torrar US$ 34,4 bilhões seriam conter a alta do dólar e reduzir a dúvida pública, sem resultado em ambos os casos

queima de reservas em dólares

Governo Bolsonaro queimou 10% das reservas internacionais

Foto: Reprodução

Em apenas quatro meses, o governo Bolsonaro aniquilou US$ 41,9 bilhões das reservas internacionais brasileiras. Entre agosto e novembro, foram leiloados US$ 34,4 bilhões. A eles vêm se somar mais US$ 7,5 bilhões que o Banco Central anunciou para dezembro.

Quase 42 bilhões de é dinheiro suficiente para construir e doar 2 milhões de casas populares às famílias mais vulneráveis, distribuir 4 bilhões de quilos de alcatra à população — 20 kg para cada habitante — ou construir 20 estruturas equivalentes à Ponte Rio-Niterói.

As reservas internacionais de um país, porém,  são uma provisão de recursos em moeda forte — dólar, euro ou ouro, por exemplo —, saldos de caixa para serem utilizados como proteção em momentos de graves crises.

Mesmo assim, governo Bolsonaro deflagrou uma queima de reservas em dólar do Brasil em agosto, quando o total desses recursos—reunidos basicamente nos 13 anos dos governos petistas—era de US$ 388 bilhões.

O motivo da venda de mais de 10% das nossas reservas em dólar seria, supostamente, uma tentativa de abater parte da dívida pública. Outro motivo seria tentar segurar o valor da moeda norte-americana.

Segundo reportagem da Agência Brasil, só em novembro o Banco Central “leiloou US$ 12,25 bilhões das reservas para segurar o dólar”.

“Seja para conter a alta do câmbio — motivo de grande descontentamento de parte da classe média com o governo Bolsonaro — seja para conter a dívida pública, a liquidação das reservas brasileiras não está funcionando”, ressalta o economista Gustavo Silva, assessor da Bancada do PT no Senado.

Depois de ter chegado às alturas dos R$ 4,26, o dólar está na casa dos R$ 4,12 — às vésperas da abertura do processo de impeachment de Dilma Rousseff, a moeda norte-americana estava cotada em R$ 3,52.

Em 2019, nossa dívida pública líquida alcançará 57,6% do Produto Interno Bruto. Para efeito de comparação, a relação dívida líquida/PIB em 2014, quando se acusava a presidenta Dilma de estar “afundando o Brasil”, era de 33,1%.

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