Abstenção no Enem

Governo comemora fracasso do Enem, com recorde de abstenção

Bancadas do PT foram contra a realização do exame por colocar em risco a saúde de estudantes e trabalhadores da educação diante do agravamento da pandemia de Covid-19. Para o secretário de Juventude do PT, Ronald Sorriso, o Ministério da Educação do governo Bolsonaro “brinca com os sonhos da juventude brasileira”
Governo comemora fracasso do Enem, com recorde de abstenção

Arte site PT

A primeira prova do Exame Nacional do Ensino Médio – Enem 2020, realizada no domingo (17) em plena crise provocada pela pandemia de Covid-19, registrou uma abstenção recorde de 51,5%. É a maior taxa em toda a história do Enem. Em 2019, a taxa de abstenção ficou em apenas 23,7%, menos da metade do índice agora divulgado pelo próprio MEC.

As bancadas do PT na Câmara dos Deputados e no Senado Federal defenderam desde o início da discussão do tema o adiamento da aplicação das provas do Enem 2020 programada para o dia 17 de janeiro, devido ao agravamento da crise sanitária causada pela Covid-19 – que já matou mais de 200 mil pessoas no país.

Além dos riscos de transmissão da Covid-19 para estudantes e trabalhadores da educação envolvidos no processo, os parlamentares petistas apontaram também para a possibilidade de agravamento das desigualdades educacionais no País

Como o Enem é a principal porta de acesso ao ensino superior e o Governo Federal não implementou nenhuma política consistente para assegurar o acesso dos estudantes das escolas públicas a atividades pedagógicas não presenciais, a realização do Enem neste momento aprofundará as desigualdades educacionais, desestimulando estudantes e projetos de vida“, dizia um trecho da nota publicada pelo PT em 8 de janeiro.

Apesar do fracasso que já era previsto  por especialistas e organizações de classe como a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), o ministro da Educação, Milton Ribeiro, considerou a realização da prova como um “sucesso” e culpou o “medo de contaminação” pela alta taxa de abstenção.

O senador Humberto Costa (PT-PE) se manifestou em suas redes sociais sobre a realização das provas do Enem. “Mesmo com o aumento do número de casos de Covid-19 em todo o Brasil, o desgoverno Bolsonaro decidiu realizar o Enem. Resultado: aglomeração, desorganização e milhares de estudantes prejudicados”, afirmou Costa.

O governo Bolsonaro não levou em conta, como sempre, o risco que os participantes correram diante do aumento de casos e de óbitos provocados pelo vírus, que agora apresenta mutações de alto potencial transmissível em várias regiões do país.

Precisamos exigir o direito de reaplicação do Exame para todos os estudantes que se sentiram prejudicados pela realização do mesmo no atual contexto da pandemia, quando falta oxigênio em Manaus para os acometidos pela COVID-19

RONALDO SORRISO, SECRETÁRIO DA JUVENTUDE DO PT

O secretário nacional de Juventude do PT, Ronald Sorriso, criticou a fala do ministro e defendeu a reaplicação do exame para os estudantes que foram prejudicados.

“O Ministério da Educação brinca com os sonhos da juventude brasileira. A fala do Ministro sobre um suposto “sucesso” do ENEM diante de uma abstenção recorde de mais de 51% dos inscritos, diz muito sobre o projeto desse governo: o de exclusão do povo. Precisamos exigir o direito de reaplicação do Exame para todos os estudantes que se sentiram prejudicados pela realização do mesmo no atual contexto da pandemia, quando falta oxigênio em Manaus para os acometidos pela COVID-19?, enfatizou.

Sorriso destacou também a luta da bancada do PT para evitar a realização do Enem 2020 na data definida pelo governo Bolsonaro.

“É importante ressaltar a combatividade da nossa bancada que, comprometida com a educação, não mediu esforços pra evitar essa verdadeira tragédia, sendo inclusive por iniciativa de um deputado nosso, Zé Ricardo, a suspensão do ENEM no Amazonas, do qual o Governo escandalosamente recorreu e foi derrotado.”

 

 

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