Apesar de Bolsonaro prometer a manutenção do Auxílio Brasil em R$ 600 para o próximo ano, duas medidas contidas no Orçamento da União para 2023, enviado ao Congresso Nacional pelo atual governo, desmentem o atual presidente. O valor previsto para o Auxílio Brasil no ano que vem é de R$ 405. Para chegar aos R$ 600 ele quer vender estatais, patrimônios de todos os brasileiros.
Além disso, Bolsonaro cortou 95% da verba do Sistema Único de Assistência Social (Suas). O órgão é responsável pela rede de atendimento aos vulneráveis nos municípios que cuida da gestão do Cadastro Único (CadÚnico). Esse é o primeiro lugar que milhares de famílias na miséria procuram para se cadastrar para receber o Auxílio Brasil e outros benefícios, como o vale-gás.
Nos últimos meses, no Rio de Janeiro, em Recife, Florianópolis e em várias capitais, pessoas dormiram dias e dias ao relento sem conseguir uma senha para ser atendidos e se inscreverem ou atualizarem os dados no sistema. As reclamações iam de desinformação à fila, frio, chuva, falta de documentos.
Atualmente, existem 35 milhões de famílias de baixa renda no país. Muitas delas estão nessas filas de espera para se inscrever no CADúnico. No início do governo Bolsonaro eram 27,3 milhões de pobres – um aumento 7,7 milhões em três anos e meio de mandato presidencial.
O orçamento deste ano do Suas ficou em R$ 967,3 milhões e para 2023, a queda é brutal: apenas R$ 48,3 milhões – uma diferença a menos de R$ 919 milhões, ou 95% do total.