Em reunião no Palácio do Planalto realizada nesta quinta-feira (22/03), governo e empresários firmaram o compromisso de ampliar os investimentos para acelerar o crescimento da economia brasileira. Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, as medidas de apoio à indústria, como a desoneração da folha de pagamento, serão reforçadas. A reunião, comandada pela presidenta Dilma Rousseff, reuniu 28 empresários. A convergência entre governo e setor privado marcou o encontro.
“O Brasil tem de ser competitivo, porém à nossa maneira. Não é fazendo o trabalhador passar fome que vamos deixar o País competitivo. Mas é com o trabalhador ganhando mais e exercendo o mercado consumidor. A massa salarial crescendo significa a demanda crescendo e estimulando investimentos”, disse o ministro.
“O governo vai criar ainda mais facilidades para reduzir os custos”, emendou Mantega. “O que vamos fazer é reduzir tributos sobre investimentos, custo da folha salarial, juros, custos financeiros, disse, logo após a reunião.
O ministro garantiu ainda que a política de intervenção no câmbio, considerada crucial pelos empresários para dar competitividade à indústria brasileira, será mantida. Além disso, a equipe econômica pretende acelerar a desoneração da folha de pagamento e das ações em infraestrutura e logística.
Na reunião, os empresários relataram preocupação com a valorização cambial, a elevada carga tributária, os juros e as deficiências de infraestrutura. Mas o ministro da Fazenda disse que, apesar das preocupações, os empresários demonstraram interesse em aumentar os investimentos privados e o governo sinalizou que vai apoiar os planos de expansão do setor privado.
“Ouvimos a apresentação de projetos de grande magnitude, de 5, 15 e, até, 20 bilhões de dólares. Percebemos que os vários setores estão animados para fazer grandes investimentos, de modo a viabilizar esse crescimento maior”, disse Mantega, que ainda prometeu promover mais quatro reuniões com os empresários ao longo do ano.
Ele lembrou, no entanto, que a maior responsabilidade de aumentar investimentos é da iniciativa privada, já que o governo participa com, no máximo, 3% dos 20% em relação ao Produto Interno Bruto (PIB).
A dona da rede varejista Magazine Luiza, Luiza Trajano, disse que a presidenta Dilma Rousseff ouviu mais do que falou. “O Brasil tem hoje um mercado consumidor que ninguém tem. Agora, a nossa reclamação é sempre a carga tributária”.
O governo vem discutindo com empresários a desoneração da folha de pagamento. A proposta é que, no âmbito do Plano Brasil Maior, lançado no ano passado, a alíquota da contribuição para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) seja reduzida de 20% para zero e o empresariado opte pelo recolhimento de 1,5% sobre o faturamento. A indústria pede uma alíquota menor ou, até mesmo, o fim dessa contribuição.
Com informações do Blog do Planalto e da Agência Brasil