Ações integradas de enfrentamento aos efeitos da seca na Bahia foram discutidas e já começam a ser implementadas por representantes de oito secretarias estaduais, da sociedade civil organizada, incluindo as classes empresarial e religiosa, e das Voluntárias Sociais, a partir da reunião do Fórum SOS Seca, com o governador Jaques Wagner, realizada nesta segunda-feira (04/06) na Fundação Luís Eduardo Magalhães (Flem), em Salvador.
O governador afirmou que a seca vai refletir na economia baiana por mais um ou dois anos. “Muita gente perdeu seu plantio, seus animais, mas estamos ao lado dessas pessoas, fazendo ações emergenciais e estruturantes que vão nos preparar melhor para futuras estiagens”. Segundo ele, a Bahia tem 56% do seu território no Semiárido, “espaço que já é de pouco índice pluviométrico, e quando isso diminui mais ainda temos a crise pela qual estamos passando agora”.
Em Brasília, o líder do PT, Walter Pinheiro (PT-BA), tem mobilizado parlamentares e ministros em prol de ações de enfrentamento ao longo período de estiagem na Bahia e no Nordeste. Relator da MP da Seca, Pinheiro está engajado na renegociação da dívida dos pequenos agricultores prejudicados pela seca, além da oferta de crédito. Pinheiro tem se destacado como importante interlocutor em Brasília para buscar ‘soluções perenizadoras’ – como costuma qualificar – não só para a Bahia, como para outros estados do Nordeste.
Em relação às medidas perenizadoras, o senador tem atuado para ações como: a liberação de aditivo, no valor de R$ 18 milhões, para a ampliação da primeira fase do projeto Águas do Sertão – inaugurada no início do mês; o repasse de R$ 104 milhões para a segunda fase desse projeto, que beneficiará 79 localidades na Bahia; o Sistema Integrado de Abastecimento de Água de Caetité, no valor de R$ 40 milhões; a Barragem de Vitória da Conquista, cujo investimento é de R$ 130 milhões; e o Sistema Integrado de Abastecimento de água de Conquista, que custará R$ 68 milhões.
O secretário de Relações Institucionais, Cézar Lisboa, informou que o Estado já tem montado um sistema de logística, com 11 postos de distribuição e três de doação espalhados em diversas regiões do estado. “Estamos botando à disposição uma estrutura básica para que cada entidade, quando for realizando seus eventos e fazendo a arrecadação, tenha um canal para que esses alimentos cheguem o mais rápido possível às famílias”.
Lisboa informou que o próximo passo é uma reunião de trabalho, nesta terça-feira (5), para decidir como cada uma das entidades pode contribuir. “Estamos abertos a todas as instituições que queiram participar”.
Agricultura familiar
O secretário da Casa Civil, Rui Costa, destacou que uma das principais preocupações do governo é com a assistência e o apoio ao agricultor familiar. “Oferecemos crédito, adiamento eventual de dívidas, socorro com carros-pipa e cestas básicas, entre outras ações”. Ele explicou que o trabalho tem como objetivo garantir que as contribuições cheguem rapidamente às famílias. “A Bahia é muito grande e temos que combinar o custo da logística com o benefício que vai chegar ao cidadão”.
O coordenador da Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Agricultura Familiar e Reforma Agrária (Fetraf) no estado, Rosival Leite, declarou que a entidade está empenhada em contribuir no enfrentamento aos efeitos da seca. “Para a agricultura familiar isso é fundamental, porque o segmento está extremamente afetado. Há perdas imensuráveis no rebanho, nossos trabalhadores e trabalhadores familiares estão passando por um momento de fome e seca”.
Para o diretor-executivo da Rede Record, Carlos Alves, a iniciativa do Estado tende a ajudar a população das cidades que vivem uma situação precária por causa da seca. “Essa parceria do governo, da iniciativa privada e da TV Record visa chamar a atenção da população para que ela possa contribuir com a doação de água e alimentos. A Record dá a sua contribuição, informando sobre essa campanha, indicando os locais de doação e a situação da seca”.
Assessoria de Imprensa do senador Walter Pinheiro