O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a operação de venda da empresa Nova Transportadora do Sudeste (NTS), subsidiária da Petrobras. E sem licitação. A feliz beneficiada com a autorização foi a Nova Infraestrutura, um fundo de investimentos em participação (FIP) gerido pela canadense Brookfield. A empresa brasileira foi vendida pela bagatela de US$ 5,19 bilhões, valor que será recuperado em menos de cinco anos de operação.
Com a venda, a Petrobras passará a pagar por um serviço que desempenhava, uma vez que a NTS é responsável pelo transporte de boa parte da produção do gás do pré-sal. Agravando ainda mais o crime de lesa-pátria, o contrato de 20 anos com a nova proprietária prevê a utilização da cláusula “”ship and pay”: prevê o pagamento de R$ 1,38 a R$ 2,40 por milhão de BTU por dia, mesmo que não haja gás para transportar. Além disso, a Transpetro continuará a fazer a logística.
A venda na bacia das almas faz parte do plano de desmonte da empresa, baseado no mentiroso argumento de “falsos prejuízos”, denuncia o diretor de Relação Internacionais da Federação Única dos Petroleiros, José Antonio de Moraes. “É puro entreguismo”, diz o dirigente da entidade dos trabalhadores, que tem mobilizado a sociedade em defesa da empresa. Sob a presidência de Pedro Parente, a Petrobras é alvo de uma política de “esquartejamento” com objetivo de fragilizá-la e vendê-la às corporações estrangeiras.
MULTIMÍDIA