O desgoverno Temer continua firme e decidido em sua missão de atacar os programas sociais dos governos petistas. Depois de mirar no Sistema Único de Saúde, no Bolsa Família e ameaçar direitos trabalhistas e previdenciários, o “inimigo” da hora dos golpistas é a garantia de moradia digna para quem mais precisa, alvejada pela decisão do ministro em exercício das Cidades, Bruno Araújo, de suspender toda a terceira etapa do programa Minha Casa, Minha Vida.
A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) ficou indignada com a decisão: “É assim que se retoma a economia de um País? Sabe quantos empregos gera um programa como esse, de construção civil? Quantos empregos são aqui colocados para fazer casa no Brasil? Quanto de material de construção é comercializado? Quantas empresas estariam aqui fazendo as casas? Como ele vai recuperar a economia? Cortando isso, pagando juro da dívida, fechando o Ministério da Cultura, não colocando mulheres no seu Governo?”, questionou.
O anúncio do corte do Minha Casa, Minha Vida foi feito em entrevista de Bruno Araújo publicada nesta sexta-feira pelo jornal O Estado de S.Paulo. Falando à Rádio CBN, Geddel Vieira Lima, que está na Secretaria de Governo, confirmou a informação.
Isso é bem mais que suspender as portarias que viabilizariam a construção de 35 mil novas unidades. Agora são todas. Seriam dois milhões de moradias do programa a serem entregues até o fim de 2018. Agora, tudo vai depender do que os golpistas chamam de “aprimoramento”.
A explicação de Bruno Araújo para a nova “maldade” é bastante pragmática e define a linha bem distante do social do governo usurpador. Segundo ele, as diretrizes para sua equipe são: “tirar amarras ideológicas e burocráticas, o que dá para fazer com uma gestão mais eficiente. Se não tem dinheiro, tem de dar mais eficiência”.
Gleisi: “É assim que se retoma a economia de um País”Gleisi atacou duramente as argumentações: “É esse o governo que está se desenhando no Brasil, porque eles acham que as entidades sociais brasileiras não conseguem fazer política social e que são entidades ligadas só à esquerda, ao PT, aos partidos que eram da presidenta Dilma, que não merecem respeito no País”, protestou.
O ministro das Cidades alegou que a nova meta para o Minha Casa vai depender da análise das contas públicas a cargo da equipe econômica de Temer. “É preferível que identifiquemos os reais limites do programa e que os números anunciados sejam o limite de contratação”, afirmou.
Bruno Araújo detonou até mesmo a criação da faixa intermediária do programa, que beneficiaria famílias que ganham até R$ 2.350 por mês, com subsídios de até 45 mil reais para a compra de imóveis avaliados em até R$135 mil.
Mas não se furtará a “faturar” sobre as moradias que já estão prontas mais não foram inauguradas. Ele disse que vai propor a Michel Temer fazer uma cerimônia para inaugurá-las todas ao mesmo tempo. De acordo com a Caixa, 46,2 mil moradias da faixa 1 do programa (que atende famílias que ganham até R$ 1,8 mil) estão com as obras concluídas, em fase de legalização para serem entregues aos beneficiários.
Giselle Chassot, com informações das agências de notícias
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