Pesquisadores brasileiros terão acesso a créditos que somam R$ 8 milhões para elaborar estudos científicos e tecnológicos sobre igualdade de gênero, violência contra a mulher, instrumentos de ação do Estado, feminismo, entre outros. A divulgação foi feita nesta quinta-feira (11), no lançamento da 4ª chamada do Edital Relações de Gênero, Mulheres e Feminismos, dentro do Programa Mulher e Ciência, coordenado pela Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM).
O edital foi lançado de forma conjunta pelos ministérios do Desenvolvimento Agrário (MDA), da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) – por meio do seu Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) – e pela Secretaria de Políticas para as Mulheres.
O objetivo da Chamada 32/2012 é estimular a produção científica, a reflexão crítica sobre as desigualdades e a sensibilização da sociedade. Também haverá linha de financiamento específica, pela primeira vez, para estudos do gênero no campo e na floresta. “A discussão sobre esse tema faz com que nós saiamos do nosso lugar de conforto para pensar e introduzir novas questões e temáticas, que, na verdade, já são velhas. As mulheres representam 52% da população brasileira e são mães da outra metade. Dentro deste contexto devemos olhar para a diferença de gêneros”, destacou a ministra Eleonora Menicucci, da SPM.
Segundo o ministro Marco Antonio Raupp, do MCTI, o tema é de interesse da comunidade científica. “Isso fica claro no aumento do investimento e do número de projetos gerados pelo programa. O entendimento da diferença de gêneros ainda pode servir de incentivo para outros ministérios investirem em políticas destinadas às mulheres”, destacou.
De acordo com dados da SPM, em 2005, foram 130 propostas aprovadas. Em 2008, na chamada seguinte, 173 projetos, e 208 em 2010 – um total de 511.
A ministra Eleonora destacou dois projetos que interferiram diretamente nas políticas públicas do País. “Um no Nordeste, quando da criação da Delegacia dos Direitos da Mulher. Sua atuação demonstrou que não bastou a implantação, foi necessário o entendimento de uma realidade local, assunto abordado no estudo”, lembrou.“O outro, no Sudeste, avaliou a assistência obstétrica no atendimento a violência sexual. Os médicos e enfermeiros foram avaliados. Em ambos os casos, as pesquisas resultaram em mudanças de procedimentos ou dos protocolos de atendimento”, enfatizou.
Segundo o edital, estarão disponíveis duas linhas de financiamento de pesquisas. A primeira, que corresponde a 25% do total, irá para acadêmicos com doutorado concluído há menos de cinco anos, no valor de até R$ 50 mil. A segunda, 75% do total, será destinada a doutores com o título há mais de cinco anos. Dos R$ 8 milhões disponíveis, R$ 3 milhões são do MCTI, R$ 3 milhões da SPM e R$ 2 milhões do MDA.
Os interessados terão até o dia 14 de novembro para apresentar as propostas ao CNPq. Os resultados serão divulgados a partir da segunda quinzena de dezembro. A bolsa para pesquisa será concedida aos pesquisadores em duas parcelas, dependendo de previsão orçamentária. Dúvidas podem ser tiradas por e-mail [email protected]
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