Governo lança programa “Mais Médicos” para ampliar vagas

Prioridade será para profissionais de áreas mais carentes, como pediatria, oncologia e anestesiologia.


Dilma anuncia quer médicos estrangeiros
trabalhando no País para ampliar o
atendimento no SUS

Nesta segunda-feira (25), durante a reunião com governadores e prefeitos de capitais, a presidenta Dilma Rousseff anunciou medidas de estímulo à criaç?o de vagas de residência nos hospitais, como parte do programa “Mais Médicos”, do Ministério da Saúde. É uma medida complementar à decisão de contratar médicos estrangeiros para tentar resolver a carência de atendimento, especialmente em áreas mais distantes do País.

Em pronunciamento na noite de sexta-feira, Dilma fez referência à vinda de profissionais do Exterior para suprir a demanda por médicos em lugares para onde o Sistema Único de Saúde (SUS) não consegue atrair profissionais brasileiros. Mas, segundo técnicos ligados ao Ministério da Saúde, essa parte do programa ainda n?o estaria inteiramente formatada e depende de discussões, especialmente com parlamentares. Vale dizer que a ideia encontra séria resistência de entidades de classe.

O Governo anunciará o lançamento de edital para hospitais interessados e o investimento de R$ 100 milh?es na ampliaç?o do número de vagas de residência. Haverá prioridade para áreas de forte demanda no sistema público de saúde, como pediatria, oncologia e anestesiologia.

Será fixada a meta de zerar, em 2014, o déficit de 4 mil vagas – s?o cerca de 15 mil os formandos em medicina a cada ano, e 11 mil os postos disponíveis. Ainda assim, muitas das vagas não são preenchidas porque não interessa a muitos formandos se estabelecer em municípios distantes dos grandes centros.

De acordo com esses dados, o número de vagas para profissionais da área cresceu de 7800 em 1993 para 16.852 em 2011 e o número de inscritos por vaga passou de 25,5 para 41,3 no mesmo período. O que, segundo intepretam os especialistas, significa que, na medicina, o aumento da oferta de formação foi acompanhado pela demanda correspondente. Ou seja, não há razão para os médicos brasileiros falarem em desemprego na categoria. “E não existe nenhum sinal de que haverá saturação do mercado nos próximos anos”, diz o relatório da Secretaria de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde (Segetes) do Ministério da Saúde.

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O anúncio da ampliação do número de vagas deve ser o primeiro a ser anunciado porque, à diferença de outras iniciativas anunciadas pela presidenta para melhorar as condições de atendimento de serviços públicos, n?o depende de aprovaç?o do Congresso nem de acordo com Estados e municípios.

Assim, ao menos uma demanda dos manifestantes – a melhora do atendimento de saúde – estaria sendo atendida.

Outro braço do “Mais Médicos”, o aumento na oferta de vagas nos cursos de medicina, será discutido com governadores em reuni?o que a presidenta pretende realizar nesta segunda-feira (24).

Mercado de trabalho médico no Brasil (dados da Segetes)

*Na última década: melhoria na empregabilidade da categoria, formalização do trabalho e quase inexistência de desemprego.

*Demanda por médicos aumentará nos próximos anos em função da maior participação de mulheres e de idosos na população médica.

*A pirâmide etária teve a base alargada pelo aumento do número de jovens, principalmente mulheres, no centro da pirâmide, entre 40 e 60 anos, revela-se mais estreito em relação a sua base (vagas na década de 70 e 80).

*Os dados apontam para um dinamismo do mercado de trabalho médico através da formalização dos postos de trabalho e evolução dos salários mensais.

*A demanda por postos de trabalho formais foi superior à oferta de profissionais, sendo indicativo de escassez.

*O numero de vagas cresceu de 7800 (1993) para 16852 (2011) e a razão entre o número de inscritos por vaga passou de 25,5 para 41,3 no mesmo período. Ou seja, na medicina o aumento da oferta de formação foi acompanhado pela demanda correspondente, não havendo desperdício. E ainda não existe nenhum sinal de que haverá saturação nos próximos anos.

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Giselle Chassot, com informações do Ministério da Saúde e das agências de notícias

Foto: Agência Brasil

 

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