Meio Ambiente

Governo Lula age para amenizar efeitos da seca prolongada na Amazônia

Para o senador Beto Faro, é preciso seguir agindo com firmeza em todas as esferas de poder para enfrentar problema que, em parte, foi causado pela ação humana

Reuters

Governo Lula age para amenizar efeitos da seca prolongada na Amazônia

Segundo estudo, um dos fatores que tem parcela de culpa na seca na Amazônia é a destruição da floresta

As mudanças climáticas causadas pela atividade humana intensificaram a seca histórica que assolou a Região Amazônica em 2023. A conclusão é de pesquisa divulgada nesta semana pelo Rede Mundial de Atribuição (WWA, na sigla em inglês), um grupo internacional de cientistas especializados em assuntos climáticos.

Apesar de o mundo atualmente ter impactos com o fenômeno natural El Niño, que costuma deixar a Região Norte mais seca, o estudo aponta que esse teve uma influência consideravelmente menor na atual crise climática na Amazônia.

Morador e senador por um dos estados da região, o Pará, Beto Faro (PT) destaca que a atuação forte do governo Lula ajudou, por exemplo, a reduzir o desmatamento em 73% nas áreas protegidas (incluindo terras indígenas) da Amazônia Legal em 2023, na comparação com o ano anterior.

“Já temos estudos científicos comprovando áreas áridas em território brasileiro. Portanto, é preciso agir de forma incisiva para que novos pontos não apareçam. E estas ações do governo federal (contra o desmatamento e pela preservação) seguem esta linha”, diz o parlamentar

No entanto, ele destaca que é preciso de ações mais efetivas para impedir desastres ainda maiores.

“Cada vez mais as nossas florestas são afetadas pelas ações humanas. Não basta apenas conscientizar: precisamos efetivamente agir com pulso firme, em todas as esferas de poder, para reduzir desastres ainda maiores não apenas para a fauna e a flora, mas para as populações que vivem nessas regiões. Estamos falando não apenas da preservação ambiental, mas de vidas humanas”, disse Beto Faro.

Apoio

Atento à emergência que vem ocorrendo devido aos efeitos climáticos, o governo Lula tem adotado ações imediatas. Uma delas é o apoio à população ao antecipar os pagamentos do Bolsa Família em 262 municípios do país, sendo 70 deles só na região Norte (55 no Amazonas e 15 no Amapá).

Ao todo, mais de 733 mil famílias foram beneficiadas com essa medida, totalizando R$ 541,4 milhões repassados aos estados em situação de emergência.

Além disso, outra ação adotada inclui o cofinanciamento federal – repasse de recursos para utilização em logística e apoio das pessoas atingidas.

Seca

A Amazônia tem sido atingida pela chamada seca meteorológica, período prolongado com pouca ou nenhuma chuva, e agrícola, quando o solo tem pouca umidade.

Mas, segundo o estudo da WWA, um dos fatores que tem parcela de culpa é a destruição da floresta – e que vai além do fato de que menos árvores interferem negativamente no clima.

A falta de vegetação reduz a capacidade de a terra reter água, o que torna as áreas devastadas mais suscetíveis à seca. Com isso, mesmo com a redução da taxa de desmatamento no ano passado, os vários anos anteriores com desmatamento elevado resultaram numa superfície terrestre menos resiliente e mais seca.

O levantamento também destaca a influência da mineração e das queimadas próximas aos rios, pois são ações que contribuem para a queda de terra nas águas.

A seca contribuiu para a propagação de incêndios florestais, que aumentaram a poluição do ar por causa da fumaça. A pouca água e o aumento da temperatura dela também provocaram a morte de animais. No lago de Tefé, no Amazonas, a temperatura alcançou quase 40°C. Mais de 150 botos cor-de-rosa, animais em perigo de extinção, morreram no lago.

Pesquisa

Os pesquisadores analisaram o período de junho a novembro de 2023 e o impacto do El Niño.

Eles apontam que, com o clima 1,2 °C mais quente que na época pré-industrial – entre os anos de 1850 e 1900 e sem impacto do ser humano –, as secas meteorológicas poderão ocorrer a cada 100 anos e serão 10 vezes mais prováveis na região. Já as agrícolas poderão ocorrer a cada 50 anos, além de terem se tornado 30 vezes mais prováveis.

Segundo o estudo, o fenômeno natural reduziu a quantidade de chuvas quase na mesma proporção que as mudanças climáticas. Porém, as alterações climáticas deixaram o tempo mais quente.

“Com cada fração de grau de aquecimento causado pela queima de combustíveis fósseis, o risco de seca na Amazônia continuará aumentando, independentemente do El Niño”, diz Ben Clarke, pesquisador na Imperial College London e um dos autores do levantamento.

Com informações da WWA e agências

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