Foto: Divulgação
A divulgação dos dados de inflação de janeiro de 2017, atingindo o menor patamar desde o início do Plano Real para o mês de janeiro, não é uma notícia para ser comemorada. Esse número é reflexo da profunda crise econômica e do elevado índice de desemprego, que beira os 12%, arquitetados pelos membros da equipe econômica do governo Temer. Com desemprego alto, os reajustes salariais têm sido abaixo da inflação e há uma queda geral da demanda por produtos, forçando a queda da inflação. Essa é a avaliação feita pela economista Esther Dweck, assessora da Liderança do PT no Senado.
Ela alerta que essa política, desemprego alto para baixar a inflação, foi amplificada por uma política de contenção dos investimentos e uma política monetária, deslocada da realidade brasileira, com aumento real da taxa de juros ao longo de 2016 em um ano de forte recessão.
É bom lembrar que no dia 7 de março de 2013, o sócio do Itaú, Ilan Goldfajn, o hoje presidente do Banco Central, escreveu um artigo no jornal O Estado de S. Paulo no qual recomendava a necessidade de promover “temporariamente” o desaquecimento do mercado de trabalho e do consumo das famílias para evitar que a taxa de inflação – naquela época – extrapolasse 6%. Desaquecimento do mercado de trabalho é sinônimo de desemprego. A posição de Ilan não mudou e quatro anos depois o conjunto da obra golpista confirma que o governo Temer é o responsável pelo desemprego.
O governo Temer está fazendo uma dupla maldade. “Primeiro, deu sinal verde para o aumento do desemprego e, segundo, do elevado déficit fiscal, que superou R$ 150 bilhões, não reservou recursos para retomada vigorosa dos investimentos nos projetos de infraestrutura, nem garantiu uma maior renda às famílias de baixa renda”, diz Esther. Se isso fosse feito diversas áreas poderiam ter dado continuidade aos projetos e mantidos milhões de empregados. A mentira que o governo conta, ao comemorar a queda da inflação, engana só os desavisados.
Reprodução autorizada mediante citação do site PT no Senado
