“Temer não terá os 308 votos que precisa para aprovar a reforma da Previdência, com as mudanças propostas pelos seus tecnocratas, alguns diretamente ligados a empresas de previdência privada. São mudanças que, se aprovadas, irão mexer com a vida de cada pessoa, cada família, de Norte a Sul do país. O povo já sabe disso e não vai aceitar passivamente a perda de seus direitos”.
A avaliação de que a base do governo Temer está totalmente dividida sobre a proposta de reforma do sistema previdenciário brasileiro é da senadora Ângela Portela, que destaca a força da mobilização popular como o grande termômetro da derrota do governo na votação da proposta, prevista para ocorrer na Comissão e no plenário da Câmara dos Deputados, depois da Semana Santa.
Na opinião da senadora, nem mesmo a base governista parece disposta a bancar uma das propostas mais cruéis e socialmente injustas, de reforma do sistema previdenciário a tramitar no Parlamento Brasileiro.
“Temer pode não se preocupar com o voto popular. Mas esse não é o caso da maioria dos deputados e senadores, que vão precisar encarar seus eleitores, caso votem nesta proposta que impõe duro sacrifício às camadas mais pobres da população, especialmente às mulheres pobres; que elimina a esperança de aposentadoria para homens e mulheres do campo, que penaliza os extremamente pobres, com cortes e achatamento dos valores pagos no benefício de prestação continuada e que, enfim, ataca os direitos mínimos de quem precisa da ação assistencial do Estado sobre sua vida”, resumiu Portela, acerca da proposta que terá violento impacto sobre a vida de milhões de famílias brasileiras.