Governo neoliberal de Temer e Serra despreza o povo, afirma Lindbergh

Governo neoliberal de Temer e Serra despreza o povo, afirma Lindbergh

Lindbergh: pode-se afirmar, sem parecer exagerado, que [o governo] pretende desnacionalizar águas, terra e arO senador Lindbergh Farias (PT-RJ), líder da Minoria no Senado, criticou, nesta quinta-feira (30), as intenções neoliberais apresentadas pelo governo interino de Michel Temer/José Serra. Para ele, o abandono da política externa multilateral e independente adotada nos governos Lula e Dilma, que colhe ventos, fará com que o País passe a semear tempestades.

“Padecendo do complexo de vira-latas, embora se lustre das aparências de um verniz cosmopolita, as recentes opções de política internacional do novo Governo são, na verdade, altamente provincianas”, disse.

Segundo Lindbergh, as intenções de Serra/Temer de mudança das regras para acordos bilaterais de livre comércio de forma independente, sem a companhia de outros membros do Mercosul, estão assustando até mesmo parceiros do golpe que tem expertise em negociações no comércio internacional, como a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

“A questão não é de alinhamento ideológico, é econômica: o mercado do Mercosul é fundamental para as exportações de manufaturas brasileiras. Caso o Brasil quebre o Pacto do Mercosul, outros países do Bloco também poderão fechar acordos bilaterais de forma independente”, explicou.

Assim, por exemplo, países como a Argentina poderiam fechar acordos de livre comércio com a China e reduzir ou, até mesmo, zerar a tarifa para produtos que o Brasil também exporta. Setores como o calçadista e de máquinas, grandes exportadores para a Argentina, correriam sério risco de perder mercado.

“Pode-se afirmar, sem parecer exagerado, que [o governo] pretende desnacionalizar águas, terra e ar. Pretende entregar as riquezas do pré-sal às grandes multinacionais do petróleo, através do apoio, já verbalizado pelo novo presidente da Petrobras, Pedro Parente, ao Projeto de Le (PL)i que retira da Petrobras o direito de ser operadora única do pré-sal”, destacou.

As terras também estarão à venda para investidores estrangeiros, segundo Lindbergh, de acordo com o PL que propõe franquear as compras de terrenos feitas por empresas de capital aberto, com ações na bolsa no Brasil ou no exterior.

A “cereja do bolo”, para Lindbergh, é a proposta do governo Temer, que ficou conhecida como “teto de gastos” e limita os gastos primários da União pela variação da inflação por 20 longos anos. “O novo governo está contratando um desastre de proporções gigantescas caso o Congresso aprove essa regra antissocial”, disse.

Na educação, o orçamento de 2015 foi de 103 bilhões de reais. Na regra antissocial proposta por Temer, esse valor teria sido apenas R$ 31,5 bilhões – um orçamento 70% menor.

“Estamos falando de 20 anos. Nós estamos desprezando o aumento da população. Nós estamos desprezando o envelhecimento da população na área de saúde. Precisa de mais investimentos”, salientou.

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