Governo empurra goela abaixo pacote que retira direitos, afirma Carlos Gabas

Governo empurra goela abaixo pacote que retira direitos, afirma Carlos Gabas

Foto: Alessandro Dantas

A diferença dos governos Dilma e Temer na discussão da Previdência no País é que, enquanto a gestão petista um buscava o diálogo para garantir a sustentabilidade do sistema, o outro quer “empurrar goela abaixo” um pacote que retira direitos dos brasileiros. É o que afirma o ex-ministro da Previdência Carlos Gabas. Em entrevista à Rádio Democracia, nesta segunda-feira (24), ele criticou o método do governo golpista de tratar o tema. 

“O País precisa equilibrar as contas, mas tem que ser em cima do trabalhador? Por que não em cima dos rentistas, dos bancos, em quem ganha juros, em que tem o capital?”, questionou. 

A reforma da Previdência deve ser enviada ao Congresso Nacional ainda este ano pelo governo Temer, por meio de uma proposta de emenda constitucional (PEC). A ideia é endurecer as normas para dificultar o acesso à aposentadoria. 

Gabas destacou que este método é completamente diferente ao adotado durante a gestão Dilma. Em 2015, a presidenta criou o Fórum de Debates sobre Políticas de Emprego, Trabalho e Renda e Previdência Social. O grupo discutiu mudanças no sistema previdenciário com representantes do Poder Executivo, trabalhadores, empresários, aposentados e pensionistas. Todos juntos na mesa de negociação, democraticamente. 

“O governo da presidenta Dilma vinha debatendo com a sociedade alternativas de sustentabilidade da Previdência. É muito diferente de você criar uma proposta, um pacote pronto e empurrar goela abaixo, como faz o governo Temer”, disse Gabas. 

Rurais 

O ex-ministro mostrou preocupação com as possíveis alterações nas regras de financiamento da Previdência rural. Isso, porque a contribuição dos trabalhadores do campo, que muitas vezes trabalham apenas em determinados períodos do ano devido à safra agrícola, é menor do que dos urbanos. 

Apesar de o sistema não ter sido criado para obter lucro, Gabas lembra que os representantes de trabalhadores do campo toparam fazer o debate de mudanças nas regras. No entanto, ele questiona se o setor agroindustrial está disposto a fazer o mesmo. 

“Se essa contribuição é suficiente ou não é o que se tem que se debater. E mais do que isso. A agroindústria dará a sua contribuição? As exportações não pagam, elas têm que pagar ou não? Então, se a regra é para todo mundo, ela tem de ser aplicada a todos, não só ao trabalhador rural”, afirmou. 

Carlos Mota

 

Ouça a entrevista na íntegra:

 

 

 

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