Na semana em que o governo Bolsonaro completará 100 dias, o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), detonou a gestão desastrosa do capitão reformado, já reprovado por quase metade de seus próprios eleitores, destacou que o povo foi às ruas em cidades do Brasil e do mundo pedir a libertação imediata de Lula e declarou que a reforma da Previdência será enterrada no Congresso Nacional – para a alegria dos brasileiros.
O senador avalia que a queda, nessa segunda-feira (8), de mais um ministro do governo, desta vez o da Educação, Ricardo Vélez Rodrigues, não resolverá os problemas da área. Segundo ele, a demissão veio tarde, pois o ministro causou um caos na pasta em tempo recorde e só abria a boca para dizer bobagem, “assim como Bolsonaro”.
“Vélez conseguiu ser um ministro da Educação pior do que Mendonça Filho. Sua demissão está longe de solucionar os problemas. O substituto, Abraham Weintraub, é dos bancos, das corretoras e defensor entusiasta da reforma da Previdência. É esse o sujeito que vai ser colocado para comandar o MEC, um gerente de banco”, lamentou.
Para Humberto, essa troca mostra as prioridades de um governo torto e norteado somente pelo extremismo ideológico. De acordo com o parlamentar, não há dúvida de que o MEC seguirá intensificando o seu loteamento interno por tubarões da iniciativa privada, iniciado por Mendonça Filho.
“A finalidade é acelerar o desmonte das universidades federais e a privatização do ensino público. Um governo que acha que curso superior é somente direito de elite, que corta 13 mil cargos dos professores universitários e que tem um gerente de banco como ministro não quer outra coisa senão vender o ensino público para que as grandes corporações enriqueçam com cursos de baixa qualidade à custa dos mais pobres”, disparou.
O líder do PT no Senado afirmou que o governo vai completar 100 dias na próxima quarta-feira sem nada a comemorar. No seu entendimento, não são “cem” dias com “c”, mas, sim, “sem” dias com “s”: “s” de “sem gestão”, de “sem comando”, de “sem proposta”, de “sem governo”.
“O Brasil está à deriva. Desde o início do ano, o Planalto enviou só 16 propostas ao Congresso. Nenhuma delas andou. Não dá para confiar em um governo assim. Mesmo os eleitores de Bolsonaro despertaram para o erro cometido ao apostar num sujeito incompetente como ele para a Presidência. Quase metade daqueles que votaram nele em outubro passado reprova o seu governo, segundo o Datafolha”, comentou.