Como parte das mobilizações nacionais do Grito dos Excluídos, que traz como lema “200 anos de (in)dependência para quem?”, manifestantes distribuíram na manhã desta quinta-feira (7) café da manhã para cinco mil pessoas em situação de rua na Praça da Sé, no Centro da capital paulista, em tendas montadas no local.
Os organizadores – o Movimento da População de Rua, a campanha “Gente é para brilhar e não para morrer de fome”, os Comitês Populares e o Movimento Sem Terra (MST) – também distribuirão três mil kits com alimentos. O ato faz um contraponto à versão militar e institucional do 7 de setembro.
“A população em situação de rua, segundo os dados do padre Julio Lancellotti, está perto de 45 mil pessoas hoje, muitas cidades não têm essa população. A Praça da Sé, infelizmente se tornou a casa de muitas pessoas e como a gente chega na casa dessas pessoas? Pensamos em ser um momento de acolhida do movimento social, sindical e das pastorais para essa população”, explicou o coordenador da Pastoral Operária, Paulo Pedrini.
“O Grito tem um compromisso contra a exclusão social, independente de quem seja o governo. De modo nenhum podemos deixar nossa pauta de lado, vamos estar sempre reivindicando o que é necessário para o nosso povo”, completou.
A atividade realizada em São Paulo é parte da agenda de ações da Mobilização Nacional Contra a Fome e a Sede, assim como do calendário de lutas do 28º Grito das Excluídas e dos Excluídos.
“A ação deste ano ocorre em um momento em que os dados relacionados à insegurança alimentar no Brasil são alarmantes, considerando que além de termos voltado ao mapa mundial da fome, já contabilizamos mais de 33 milhões de pessoas famintas no país”, afirma, em nota, Carla Bueno, engenheira agrônoma do setor de produção do MST.
O Grito é uma manifestação popular iniciada em 1995 que integra pessoas, grupos, entidades, igrejas e movimentos sociais comprometidos com as causas dos excluídos no Brasil.
As manifestações levantam pautas como a situação de rua de famílias na capital, o desemprego, os baixos salários, a violência policial, os ataques aos povos indígenas e aos ecossistemas, o aumento dos casos de feminicídio, a violência contra crianças, pessoas idosas e pobres, e a ausência de políticas de assistência social, de saúde ou educação.
Com informações do Brasil de Fato