Durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas ( COP26 ) do ano passado em Glasgow, o Brasil deu alguns sinais contraditórios sobre o meio ambiente. Enquanto o ativista indígena Txai Suruí, de 25 anos, silenciava a multidão dizendo que “a Terra está falando e está nos dizendo que não há mais tempo”, o governador do estado de Rondônia, no norte do Brasil, pediu à comunidade global que dê uma folga aos desmatadores da Amazônia.
“É errado tratar produtores, pecuaristas e madeireiros como vilões”, disse Marcos Rocha, durante conferência. “O certo a fazer é uma transição, e não estrangular nosso povo, que sofre todos os dias.”
O fato de Rocha e Txai Suruí serem ambos do estado de Rondônia exemplifica o quanto o Brasil está lutando para encontrar uma solução equilibrada para a questão da Amazônia, em um momento crítico para o bioma. Após uma década de números decrescentes na degradação florestal, a curva de desmatamento vem subindo desde 2012 – atingindo uma alta de 15 anos de 13.235 quilômetros quadrados destruídos no ano passado, aproximadamente o tamanho de Connecticut.
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O senador do Partido dos Trabalhadores Paulo Rocha do Pará reflete que observar a complexidade da floresta tropical é a chave para uma ocupação humana coerente, “nem santificar nem devastar” o bioma. “Não poderia ser como é com o atual governo onde, como dizem, a porteira está aberta.”