O Ministério da Saúde quer resgatar o momento do parto como um dos momentos mais bonitos e seguros que mães e bebês vivem juntos. Além da assistência à saúde da gestante e do recém-nascido até os dois anos de idade, o programa Rede Cegonha do Ministério da Saúde tem como meta incentivar o parto normal humanizado. A ideia é defender o direito de a gestante de levar o acompanhante que ela preferir para a sala de parto. Com o parto humanizado, a gestante também pode pedir analgésicos, escolher a melhor posição para ter o bebê e ter o contato imediato com a criança assim que ela nasce.
Com o objetivo de incentivar cada vez que a mulher escolha como ter o bebê, o Ministério da Saúde já aprovou 23 propostas de construção e reforma de centros de parto normal, para que esses locais tenham um ambiente mais acolhedor e confortável para a mãe. A meta estipula que, até 2014, mais de 200 unidades estarão funcionando em todo o Brasil.
O secretário de Atenção Básica do Ministério da Saúde, Helvécio Magalhaes, destaca a importância de tudo isso. ”É muito importante para a segurança do parto, para acalmar a gestante – porque às vezes é um momento muito tenso – ter equipe multiprofissional, ambiente adequado, oferta de analgésicos. Isso tudo compõe uma cesta de ofertas que torna o parto com uma enorme chance de não ter complicações.”
A doula (especialista em acompanhamento obstétrico e neonatal) Clarissa Acalanto acompanha pacientes que optam pelo parto humanizado há oito anos. Sua defesa pela autonomia da mulher para escolher como deve ter seu futuro bebê é taxativa. ”A mulher abriu mão dessa autonomia durante muitos anos. E nós temos consequências muito graves: no caso do Brasil é o alto índice de cesarianas, ela fica longe do bebê durante a primeira meia hora, que já foi comprovado cientificamente que isso é muito ruim para o vínculo. Eu não abro mão de que a mulher reconquiste essa autonomia e esse protagonismo na hora do parto”,
Rede Cegonha
A gravidez, o parto e o nascimento são acontecimentos importantes na vida de uma mulher e das pessoas próximas a ela. Para dar a assistência necessária às gestantes e seus filhos, o Ministério da Saúde lançou, em março de 2011, a estratégia Rede Cegonha, composta por um conjunto de medidas para garantir a todas as brasileiras, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), atendimento adequado, seguro e humanizado desde a confirmação da gravidez, passando pelo pré-natal e o parto, até os dois primeiros anos de vida do bebê.
A Rede Cegonha conta, desde seu lançamento, com R$ 9,397 bilhões do orçamento do Ministério da Saúde para investimentos até 2014. Esses recursos são aplicados na construção de uma rede de cuidados primários à mulher e à criança. “Temos que construir um ambiente acolhedor para que a mulher se sinta mais segura nesse momento e, para isso, é necessário a qualificação do espaço físico e a mudança das práticas”, enfatiza a coordenadora da área técnica de Saúde da Mulher, Esther Vilela.
Todos os estados brasileiros já aderiram à estratégia. Em seu primeiro ano de funcionamento, o Brasil registrou queda recorde no número de mortes maternas. Entre janeiro e setembro do ano passado, foram contabilizados 1.038 óbitos decorrentes de complicações na gravidez e no parto, o que representa queda de 21% em comparação ao mesmo período de 2010, quando 1.317 mulheres morreram por essas causas. Além disso, já foi possível avançar no acesso às consultas de pré-natal. Em 2011, mais de 1,7 milhão de mulheres fizeram, no mínimo, sete consultas pré-natais.
A Rede Cegonha está dividida em três fases.
1) Pré-natal: Etapa na qual há uma prioridade de atendimento à gestante nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). É nela que há a realização imediata do teste rápido de gravidez e de todos os exames pré-natais. Também, será neste momento que a mamãe fará a vinculação com uma maternidade e saberá, desde os primeiros meses, onde terá o seu bebê. São promovidas visitas ao local do parto.
2) Parto e Nascimento: Nesta fase, a Rede Cegonha qualifica as equipes de saúde para prestação de atendimento humanizado e especializado. Há o acolhimento com classificação de risco, ambiente confortável e seguro para a mulher e o bebê e foco na humanização e qualidade do parto. A mulher tem o direito a um acompanhante durante o parto e atendimento especial no caso de uma gravidez de risco. Além disso, a estratégia garante atenção humanizada às mulheres em situação de abortamento.
3) Pós-parto: Durante este período, a Rede Cegonha acompanha o crescimento e desenvolvimento da criança de
Para ter acesso à Rede Cegonha, basta a gestante procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS).
Com informações da assessoria de imprensa do Ministério da Saúde