Banho de sangue

Humberto alerta para violência golpista na Bolívia

Em pronunciamento na tribuna do Senado (veja o vídeo), Humberto advertiu que ameaças de Bolsonaro não intimidam o povo brasileiro

senador Humberto Costa

Humberto alerta para violência golpista na Bolívia

Foto: Alessandro Dantas

A Bolívia corre o risco viver um banho de sangue no caos e desordem que se segue à deposição do presidente reeleito, Evo Morales. O alerta é do Líder do PT, senador Humberto Costa (PE), que nesta terça-feira (12) visitou o embaixador boliviano no Brasil, José Kinn Franco, levando a solidariedade da Bancada petistas e seu apoio à luta de resistência em curso no país vizinho.

Na tribuna do Senado, Humberto denunciou a participação de forças internacionais no golpe de Estado na Bolívia. “As elites econômicas da América Latina querem continuar explorando o povo pobre e os trabalhadores até o bagaço e entregando nossas riquezas aos estrangeiros”, registrou o senador.

Banho de sangue
Humberto ressalta o caráter violento do golpe de Estado contra o governo legítimo do país vizinho, “coisa que não acontecia de maneira escancarada há muito tempo, na América Latina”. Na Bolívia, está clara a ação articulada das milícias extrema-direita, de grupos paramilitares, associados às polícias e às Forças Armadas.

“Estamos muito preocupados com a possibilidade de um banho de sangue”, denuncia o Líder do PT, ressaltando que os acontecimentos na Bolívia têm efeito crucial na democracia em toda a América Latina”.

“A Bolívia é a bola da vez. Precisamos nos reagrupar para preservar Estado de direito e impedir retrocessos democráticos. Não vamos sucumbir ao discurso fascista de repressão e de implantação de um novo AI-5”, garantiu Humberto.

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Nostalgia da violência
Após um período de ascensão de projetos democráticos e inclusivos, a América Latina voltou a sofrer a pressão dos grandes interesses internacionais que, em aliança com as elites locais, passaram a solapar experiências de governos populares ou minimamente comprometidos com a superação da miséria.

Países como o Brasil, o Paraguai e Honduras já haviam experimentado os chamados “golpes de novo tipo”, com a participação do Parlamento e do Judiciário e aparência de normalidade institucional. Na Bolívia, as forças de direita parecem ter decidido dar adeus à nostalgia e tirar do armário os métodos sanguinários que caracterizam os golpes do Século 20.

Avanços civilizatórios
Entre 2006 — quando Evo Morales assumiu seu primeiro mandato como presidente — e 2018, a Bolívia alcançou avanços civilizatórios impressionantes, ainda mais se tratando de um dos países mais pobres da América do Sul.

O analfabetismo caiu de 15% da população para apenas 2,4%, o desemprego também despencou de 9,2% para 4,1% da força de trabalho e a pobreza extrema recuou de 38% para 15,2%. A economia da Bolívia, ao longo de uma década, cresceu em média 5% ao ano — um feito de dar inveja a um Brasil mergulhado na estagnação econômica e que, este ano, deve crescer 0,9%, segundo as previsões do Fundo Monetário Internacional.

Solidariedade
Ainda na tarde desta terça-feira (12), representantes de movimentos populares do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul visitaram a Embaixada da Bolívia levando sua solidariedade ao povo daquele país e ao governo de Evo Morales. O grupo participava do Brics dos Povos, reunião que antecede à reunião de cúpula do bloco, que começa nesta quarta-feira.  Eles foram recebidos pelo embaixador da Bolívia no Brasil, José Kinn Franco.

No final da tarde, foi a vez do embaixador boliviano ser recebido na Câmara dos Deputados por representantes do PT e de todos os partidos de oposição naquela Casa.

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