Humberto chama a atenção para a falta de divulgação dos progressos na Saúde Pública

O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco/ PT – PE. Como Líder. Sem revisão do orador.) – Srª Presidenta, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, eu venho ocupar a tribuna na tarde de hoje para falar de um assunto que nos preocupa a todos e que, em muito breve, este Senado será chamado a se posicionar sobre esta questão.Eu falo do tema dos recursos para saúde. Já está aqui, no Senado, a proposta que foi objeto de aprovação na Câmara dos Deputados, no que diz respeito à regulamentação da Emenda nº 29. E o Senado será chamado a se posicionar sobre esse tema e, ainda que não apresente uma solução definitiva, será problematizado quanto ao tema do financiamento da saúde.

Todos nós sabemos que existem problemas de gestão, que existem problemas de desperdício na área da saúde, mas em primeiro lugar isso não é um fato exclusivo da área da saúde, em várias outras áreas nós temos problemas e dificuldades de gestão.

É em grande parte a complexidade do Sistema Único de Saúde que tem um desenho interfederativo sem similar no mundo, onde nós temos três entes que participam diretamente das ações de financiamento de execução e de normatização, que concretamente têm as suas particularidades, mas têm problemas semelhantes com os demais. Naturalmente que aqueles que ou não têm compromisso com o sistema público de saúde ou que acham que a sociedade, leia-se, como sociedade, essas pessoas, essas empresas do sistema financeiro, os meios de comunicação, que a sociedade não quer atribuir mais recursos para a área de saúde, com novas fontes, para, na verdade, defenderem seus próprios interesses e aí terminam abundando as matérias que tratam dos problemas da área da saúde.No entanto, na semana passada, de uma forma até singular, uma grande rede de televisão fez um programa que tratava da política brasileira de transplantes. O Brasil é hoje, senão o maior, o segundo maior transplantador de órgãos do mundo. Seguramente, na área pública é o maior e eu falo o maior proporcionalmente. É um sistema absolutamente exemplar, democrático, sobre controle social, eficaz e acima de tudo algo inteiramente universal, porque na verdade a exceção dos planos de saúde de autogestão, da Petrobrás, da Caixa Econômica, de outras instituições públicas, nenhum plano de saúde está obrigado a garantir o pagamento de transplantes. E o programa conseguiu mostrar a excelência, a articulação, a articulação com o sistema de emergência, a articulação com o Samu, articulação com as empresas aéreas, o que permite dar a possibilidade de ocuparmos esse espaço e termos, sem dúvida, um programa que é admirado internacionalmente. Assim como a política de transplantes, outros programas de excelência, como o Samu, o programa mais bem avaliado das políticas públicas do Governo Federal, a Farmácia Popular, o segundo de maior avaliação na área da saúde, além do Brasil Sorridente, agora o Rede Cegonha, agora o Brasil Mais, tantas e tantas coisas relevantes e importantes, e, no entanto, só vemos a mídia mostrar aquele SUS que ela diz que não deu certo.

Por isso, quero parabenizar a Rede Globo por ter feito essa matéria. Eu gostaria que ela pudesse fazer…
(A Srª Presidente faz soar a campainha.)O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco/PT – SP) – Vou concluir, Presidenta.

Eu gostaria que ela pudesse fazer outras matérias relevantes, como, por exemplo, sobre os recursos que o Brasil destina ao pagamento de medicamentos excepcionais para doenças raras neste País, sobre outras ações do Governo que não são do conhecimento público. Acho que, se o Brasil passar a tomar conhecimento disso…

Aliás, a Presidenta Dilma foi brilhante no seu último pronunciamento. Pela primeira vez, uma Presidenta da República assume falar sobre a área da saúde mostrando as dificuldades, mas mostrando também as excelências.

Então, quero parabenizar a Presidenta, parabenizar a Rede Globo e esperar que outras emissoras de televisão mostrem esse lado positivo da saúde no Brasil.

Obrigado.

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