A morte, ainda não totalmente esclarecida, do jornalista goiano Lucas Cardoso Fortuna, na praia de Calhetas, no Cabo de Santo Agostinho, motivou o pronunciamento do senador Humberto Costa (PT-PE) contra toda e qualquer manifestação homofóbica no Brasil. Militante da causa gay, Lucas, segundo o Instituto Médico Legal da capital pernambucana, morreu por afogamento. Mas ainda há que esclarecer as denúncias de amigos do jovem, que asseguram que ele foi espancado. “Essa foi mais uma vida retirada precocemente, e de forma brutal – a vida de um jovem que teria tanto a contribuir para a nossa sociedade, e, em especial, na luta pelos direitos dos homossexuais”, lamentou Humberto para quem o preconceito, o ódio e a intolerância por motivos de orientação sexual são inconcebíveis.
Lucas era árbitro de voleibol e estava na cidade a serviço da Federação Goiana para participar de um campeonato. Ele era, também, presidente do Partido dos Trabalhadores no município de Santo Antônio de Goiás, na região Metropolitana de Goiânia, e fundador do Grupo Colcha de Retalhos, que luta pela causa LGBT na Universidade Federal de Goiás. Na tarde de quarta-feira (21/11), o corpo do jornalista foi sepultado
O senador lembrou que, em 2011, o País registrou mais de 278 assassinatos por motivos de homofobia. Munido também de dados da Secretaria de Políticas para as Mulheres, do Ministério da Saúde e de outros órgãos do Governo Federal, o ex-ministro da Saúde disse que é preciso atenção aos números para compreender a gravidade da situação. “O levantamento evidencia também que a violência psicológica é predominante. Ela representa 42,5% dos casos registrados em 2011. Em seguida, vem a discriminação, com 22,3% das notificações realizadas e depois a violência física, correspondendo a 15,9% dos registros. Entre as agressões físicas, as mais comuns são as lesões corporais – representando 55,7% delas – e, depois, vêm os maus tratos, com 31,8% das notificações. Em seguida temos a tentativa de homicídio, com 3,7% dos casos verificados, e o homicídio, que correspondem a 3,5% das ocorrências”, relatou.
Humberto apelou para que as pessoas denunciem casos de violência desse tipo: “É importante que as pessoas – vítimas, amigos ou quem quer que seja – ao presenciarem algum ato de violência, não tenham medo de denunciar os agressores ou de buscar a defesa dos seus direitos. Isso ajudará no empoderamento de grupos da sociedade que, infelizmente, ainda são muito discriminados. Dessa forma, nossa sociedade poderá se fortalecer e se tornar mais harmoniosa e igual”.
Giselle Chassot