“Existindo acordo político e concordância |
Os senadores Humberto Costa (PT-PE), vice-presidente do PT, e Wellington Dias (PT-PI), líder do partido no Senado, são favoráveis à consulta popular sobre a Reforma Política, seja ela viabilizada para as eleições gerais de 2014 ou municipais de 2016. Durante reunião da Executiva Nacional do PT realizada, nesta quinta-feira (04), os parlamentares defenderam a legítima vontade sociedade de se manifestar sobre mudanças relativas ao sistema político.
Ele está certo de que a consulta popular sobre que pontos devem ser alterados na atual legislação independe de data de validade das mudanças. “A sociedade já deixou claro que quer participar e os pontos apresentados pela presidenta Dilma são os principais pontos a serem tratados pela reforma política, disse.
Segundo o senador, há um entendimento no Congresso em favor do plebiscito e, no caso do Senado, o PT e o PMDB e outros partidos da base aliada mostram afinidade com essa tese. “Existindo acordo político e concordância do TSE, poderemos fazer o plebiscito. Mas repito, independentemente de valer para o ano que vem ou não, o plebiscito deve ser feito este ano”, defendeu.
Humberto, no entanto, avalia que, caso não seja mesmo possível que o plebiscito seja feito nesse momento, é essencial que Senado e Câmara apresentem uma proposta consensual para a reforma. “Assim, o relatório que for votado na primeira Casa seria aprovado sem problemas e sem necessidade de nova votação na Casa de origem”, explicou.
Vitória
Para Wellington Dias, colocar o plebiscito sobre uma reforma política é uma vitoria, até por que, se essa pergunta fosse colocada há trinta dias, a resposta seria a mesma, “que mais uma vez a classe política fracassou, que não conseguiu fazer a reforma”, explicou.
“Mas o tema voltou com uma força diferente. Acho que, seja por meio do plebiscito ou por votações no Congresso, seja para valer em 2014 ou
Temos agora é um momento mais favorável |
em 2016, a pauta da reforma política já é uma vitoria”, disse o senador.
O senador considera oportuna a decisão colocada pela presidenta Dilma de dividir com a sociedade a responsabilidade de definir qual é o sistema político mais eficiente, por exemplo, para combater a corrupção, que é uma das principais reclamações que vem das ruas. “Se fosse fácil, há muito tempo a reforma política já tinha sido feita, inclusive a reforma eleitoral. O que nós temos agora é um momento mais favorável do que nunca. Diria que vindo de uma força, de uma cobrança da sociedade, que quer mudanças, que condena o sistema político que tem e o considera propício à corrupção”, enfatizou.
À tarde, no plenário, o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) também falou da importância de que a consulta popular seja feita, mesmo que só possa valer a partir das eleições de 2016. “Se vai ser plebiscito, se vai ser referendo, se vai valer para 2014 ou não, o importante é que haja uma consulta popular, porque já está demonstrado que o Congresso não conseguiu produzir uma reforma política compatível. E acho que esse movimento de consulta popular é muito importante porque traz novamente as pessoas para o debate político e porque a política é fundamental para que o País, mais do que nunca, construa um grande futuro”, argumentou.
Marcello Antunes e Giselle Chassot
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