Defesa da Democracia

Humberto Costa: “Herzog Vive. Ditadura, nunca mais!”

Líder da Oposição no Senado homenageia o jornalista Vladimir Herzog, morto sob tortura há 43 anos.
Humberto Costa: “Herzog Vive. Ditadura, nunca mais!”

Há 43 anos, o jornalista Vladimir Herzog, diretor de telejornalismo da TV Cultura, era assassinado pelo Estado brasileiro nas instalações do DOI-CODI, no Quartel-General do II Exército, em São Paulo, depois de ter sido barbaramente torturado.

Herzog lutava pela democracia e havia se apresentado voluntariamente aos militares, após ser intimado para “prestar esclarecimentos” sobre suas ligações com “atividades criminosas” — naquela época, pensar diferente dos poderosos podia enquadrar qualquer um nessa categoria.

“Nunca mais!”
“Quatro décadas depois, um capitão reformado disputa a Presidência da República. Ele defende a tortura, idolatra torturadores e propõe a prisão, a morte e o exílio de seus opositores”, ressalta o senador Humberto Costa (PT-PE), líder da Oposição no Senado, que prestou uma homenagem a Herzog nas redes sociais.

“O Brasil não pode mais voltar a esses tempos sombrios. Nunca mais!”, conclamou Humberto.

Tortura e morte
Vladimir Herzog apresentou-se voluntariamente ao DOI-CODI (sigla para Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna, uma estrutura do aparato repressivo da ditadura).

Vlado, como era chamado pelos colegas jornalistas, acreditava que iria apenas prestar um depoimento e retornar a sua rotina familiar e na redação da TV Cultura. Ao invés disso, ele foi barbaramente torturado e assassinado.

Para encobrir o crime, foi montada uma farsa que simulava o suicídio do jornalista. Só três anos depois, a sentença do juiz federal Márcio Moraes iria responsabilizar o governo federal pela morte de Vlado e determinar a apuração do crime.

Apenas em 2012, 37 anos após a morte de Herzog, sua família conseguiria a retificação do atestado de óbito, constando como causa da morte “lesões e maus-tratos sofridos em dependência do II Exército”, a partir de uma recomendação da Comissão Nacional da Verdade.

Em 2018, a Corte Interamericana de Direitos Humanos condenou o Brasil por negligência na investigação do assassinato do jornalista.

Seis dias após a morte de Herzog, um ato ecumênico em celebrado na Catedral da Sé, em São Paulo, foi a primeira grande manifestação pública contra o regime militar desde a decretação do Ato Institucional nº 5, em 1968.

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