Foto: Alessandro Dantas
O senador Humberto Costa (PT-PE) solicitou aos órgãos públicos de fiscalização que investiguem a denúncia de que a Caixa Econômica Federal (CEF) gastou R$ 50 mil reais em obras na mansão do então presidente do banco, Pedro Guimarães, um dos principais aliados de Bolsonaro, que pediu demissão do cargo após protagonizar escândalo de assédio sexual na semana passada.
O ato configura improbidade administrativa, passível de penas que incluem ressarcimento do gasto ao erário, multa de até três vezes o valor recebido indevidamente e a suspensão dos direitos políticos de 8 a 10 anos.
Os pedidos foram endereçados à chefe da Procuradora-geral do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Cristina Machado, e ao chefe da Procuradoria da República no Distrito Federal, Claúdio Drewes.
Nos ofícios, o senador menciona reportagem da Folha de S.Paulo, que revelou o caso na terça-feira (5). Segundo a denúncia, a reforma na casa alugada por Guimarães foi realizada em 2020 por funcionários da empresa EMIBM Engenharia, que possui contratos com a Caixa para a prestação de serviços de manutenção em seus prédios e agências.
A mansão foi alugada após Guimarães sair de um apartamento custeado pelo banco num hotel de luxo na capital. Os pedidos de Humberto Costa mencionam ainda a tentativa do ex-dirigente de repassar ao banco o custo de colocação de uma cerca para separar a casa da orla do Lago Paranoá.
“Nota-se que a prática efetuada não se trata de caso isolado, mas sim de fato corriqueiro evidenciando claramente a total inobservância aos princípios mais basilares da administração pública, em especial o da moralidade”, justifica o senador.
