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Humberto quer convocar Arthur Weintraub, do gabinete paralelo

Além da atuação de Weintraub em favor da cloroquina, escritório clandestino também teve ajuda do tenente da Marinha Luciano Dias de Azevedo, autor da minuta para alterar bula do medicamento. Senador Humberto Costa anunciou que Weintraub será convocado para depor
Humberto quer convocar Arthur Weintraub, do gabinete paralelo

Foto: Alessandro Dantas

A revelação de que o ex-assessor da Presidência Arthur Weintraub é o homem por trás de um ministério paralelo da saúde de assessoria a Bolsonaro durante a pandemia o coloca sob a mira da CPI da Covid. Após o site Metrópoles ter reunido vídeos onde o próprio Weintraub diz ter tomado a iniciativa de defender o uso da cloroquina como tratamento para a Covid-19, o senador Humberto Costa (PT-PE) anunciou que o ex-ministro será convocado a prestar esclarecimentos à CPI sobre o gabinete paralelo ao Ministério da Saúde.

“Arthur Weintraub terá que ir na CPI explicar o gabinete paralelo do Ministério da Saúde. O crime está gravado”, afirmou Costa, pelo Twitter.

 

Segundo reportagem do Correio Braziliense, o anestesista Luciano Dias de Azevedo, tenente da Marinha, foi autor da minuta que alteraria a bula da cloroquina para incluir o uso da droga contra a Covid. O processo, no entanto, foi abandonado após veto do presidente da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres.

“Eu, a partir de fevereiro [de 2020], como assessor do presidente, então é uma oportunidade que me foi dada pelo presidente, eu comecei a entrar em contato com os médicos”, disse Weintraub, em cerimônia no Planalto, no dia 14 de agosto de 2020. “[Procurei] os médicos que tenho referência, como o doutor Luciano Azevedo, a doutora Nise [Yamagushi], o Paulo Zanotto”, enumerou o ex-assessor, citando defensores do uso do medicamento.

Segundo reportagem do Correio Braziliense, o anestesista Luciano Dias de Azevedo, tenente da Marinha, foi autor da minuta que alteraria a bula da cloroquina para incluir o uso da droga contra a Covid. O processo, no entanto, foi abandonado após veto do presidente da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres.

Azevedo também falou em tom de agradecimento ao ex-assessor, na mesma cerimônia. “Gostaria de agradecer ao Arthur Weintraub porque desde o início de fevereiro ele nos procurou, começou unir os grupos de médicos para estudar a doença e pesquisar soluções. Senhor Arthur abriu portas”, disse Azevedo na ocasião.

De acordo com o jornal, a proposta foi apresentada a Bolsonaro no dia 20 de abril, durante uma reunião da qual participou a imunologista Nise Yamaguchi, entre outros assessores.

Apesar da negativa de Barra Torres à proposta, Azevedo mantém-se ativo no gabinete paralelo de Bolsonaro, aponta a reportagem. Em junho de 2020, ele foi nomeado para o Conselho Superior da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), um prêmio por sua atuação em favor do medicamento preferido de Bolsonaro.

Com informações de Metrópoles e Correio Braziliense

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