Líder do governo no Senado lembra
que Lula jamais se colocou acima da leiA presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no ministério da presidenta Dilma não será empecilho para o prosseguimento das investigações da operação Lava Jato. A garantia é do líder do governo no Senado, Humberto Costa (PT-PE), que rechaçou com veemência a crítica da oposição de que Lula assumiria o cargo de ministro da Casa Civil para poder gozar de um foro privilegiado e se blindar.
“Não há mentira maior”, assegurou Humberto, lembrando que, assim como Dilma, Lula foi preso político e jamais se colocou acima da lei ou deixou de responder a qualquer demanda sobre esclarecimentos dos seus atos, “mesmo quando essas ações foram absolutamente abusivas, como a sua condução coercitiva a depoimento em um processo com o qual ele sempre cooperou”.
O líder reforçou que nem a Polícia Federal, nem o Ministério Público e nem o Judiciário estão submetidos às interferências do governo. Isso aconteceu no passado, “antes de nós chegarmos à Presidência da República, quando o chefe da Polícia era filiado ao partido do presidente e o comando da Procuradoria-Geral da República e as nomeações para o Judiciário saiam da caderneta pessoal do Chefe do Executivo, onde constavam nomes de amigos”, alfinetou.
A entrada de Lula no ministério vai facilitar a recomposição da base parlamentar e social e isso é importante para garantir que o Brasil saia da crise que divide o país ao meio. “Lula atende ao chamamento e assume o desafio de somar esforços para contribuir num momento de extrema dificuldade nacional”, explicou o parlamentar.
Humberto reforçou a eloquência do ministro Jaques Wagner, que atuou pessoalmente para convencer o ex-presidente a assumir a pasta que ele mesmo ocupava, por conta da importância de que Lula conduza a articulação política e a coordenação das ações do governo. “Lula traz ao governo de Dilma a sua larga trajetória de lutas, a sua capacidade singular para o diálogo com todas as forças, a sua experiência mundialmente reconhecida de oito anos como presidente da República e, acima de tudo, um capital político inigualável construído no coração e na confiança dos brasileiros”, enfatizou.
E concluiu: “Ninguém aguenta mais, estamos todos exauridos desse debate estéril que paralisou o país desde outubro de 2014, como se ainda estivéssemos apurando votos, quando a eleição foi vencida ali, de maneira incontestável, por Dilma Rousseff, graças aos votos da maioria dos brasileiros”.
Giselle Chassot
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