Projetos tucanos pretendem reduzir |
“Depois de dez anos chamando o programa de bolsa esmola, bolsa miséria, de atacar o programa e desmerecer quem é beneficiário, os tucanos dão meia volta e tentam fazer ninho numa área, a social, que nunca estiveram à vontade”, afirmou. Assim o líder do PT, Humberto Costa (PE), reagiu à tentativa tucana de se apropriar e colocar em risco o futuro do Bolsa Família, que nos últimos dez anos atendeu mais de 50 milhões de pessoas e retirou milhões de brasileiros da linha da extrema pobreza.
Humberto Costa afirmou que a bancada petista se posicionará contra os dois projetos de autoria do presidente do PSDB e candidato à presidência, Aécio Neves (MG). Em discurso na tribuna do Senado, Humberto lembrou que o programa Bolsa Família consolida-se a cada dia como uma referência mundial, tendo, inclusive recebido, no final do ano passado uma das mais elevadas distinções, equivalente ao Prêmio Nobel, pelo alcance dessa política de Estado. “Uma década depois, o PSDB vem mostrar sua preocupação com a pobreza. É comovente assistir isto, ver o partido que durante oito anos atendeu dez vezes menos do que o Bolsa Família, dando prioridade para bancos e especuladores”, destacou.
A mais nova tentativa dos tucanos, agora, por meio desses dois projetos de autoria de Aécio Neves, é inserir o programa na Lei Orgânica de Assistência Social (Loas) na forma de um dispositivo – mas o programa Bolsa Família já é uma política de Estado desde 2004, estabelecendo formas de implantação e gestão do cadastro único e condicionalidades como a exigência de que filhos de beneficiários tenham frequência escolar e na área da saúde.
“Transformar esse projeto em inciso de outra lei é reduzir o programa que é vitorioso. Isso seria um retrocesso, ou seja, a oposição mais uma vez chega atrasada”, disse Humberto, desde já manifestando rejeição aos dois projetos que têm viés eleitoral. “Esses projetos pretendem trazer insegurança jurídica a políticas sociais já consagradas”, completou.
Oposição não representa mudanças
As iniciativas da oposição, na avaliação feita pelo líder, apenas mostram a total falta de sintonia entre o partido do presidenciável à realidade brasileira. Como exemplo, Humberto Costa citou a entrevista concedida à edição brasileira do jornal El País, da Espanha, pela presidenta do Ibope Inteligência, Marcia Cavallari. Ela afirmou que os brasileiros desejam mudança, mas não veem essa mudança representada na oposição. “As pessoas não estão vendo na oposição quem possa representar essa mudança. Nas pesquisas que a gente fez, não vemos que eles (oposição) se apropriaram desse sentimento. A Dilma ainda leva vantagem”, revelou Marcia Cavallari ao jornal espanhol.
Para Humberto isto acontece por uma razão elementar, ou seja, o povo não consegue enxergar na oposição qualquer capacidade de representar as mudanças de que o Brasil precisa. Segundo ele e de acordo com a opinião pública do País, quem tem competência para continuar fazendo as mudanças que a população deseja são os governos do PT, é a presidenta Dilma Rousseff. “Nesse engodo do novo, nesse canto de sereia, nessa história de trocar voto por um monte de propostas vazias, embaladas de papel de presente, os brasileiros já não caem. O que acontece é que, neste País, a oposição não tem até agora uma pauta séria e consistente para oferecer. Vive de ataques incongruentes, de inventar factoides e, vendo que isso não funciona, entra na seara de querer se apropriar de programas exitosos dos governos do PT”, enfatizou o líder.
Marcello Antunes
Leia a entrevista de Marcia Cavallari ao El País
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