Com a previsão de um rombo recorde de R$ 159 bilhões para este ano, o governo de Michel Temer (PMDB) decidiu abrir mão de cobrar no Supremo Tribunal Federal (STF) uma dívida de cerca de R$ 17 bilhões de produtores rurais para com o Funrural, o Fundo de Assistência ao Trabalhador. A decisão foi vista como mais um aceno à bancada ruralista da Câmara, que é uma das mais importantes da Casa, no momento em que o Congresso deve votar a segunda denúncia contra Temer.
Desta vez, o peemedebista foi acusado pela Procuradoria-Geral da República de chefiar uma organização criminosa e obstruir a Justiça. Para o líder da Oposição no Senado, Humberto Costa (PT), a gestão peemedebista usa dois pesos e duas medidas quando se trata dos gastos públicos e faz qualquer negócio para se manter no poder.
“Dinheiro para investir em educação, saúde e moradia não tem. Mas para perdoar a dívida de quem tem muito e, ainda assim, deixa de pagar, aí não falta. É esse o projeto do PMDB e do PSDB quando orbitam o poder: beneficiar os que mais precisam e punir os mais pobres”, afirmou o senador.