Humberto: críticas não passam de desconhecimento

Líder rebateu Campos, que acusou Dilma de implantar ditadura no setor elétrico

Humberto: críticas não passam de desconhecimento

Foi o trabalho dos governos petistas de Lula e Dilma
que conseguiu deixar para trás a era dos apagões

Nos dois últimos anos do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o Brasil sofreu um prejuízo de mais de R$ 45 milhões em decorrência do apagão no setor elétrico, segundo cálculos do Tribunal de Contas da União (TCU). “Foi o trabalho dos governos petistas de Lula e Dilma que conseguiu deixar para trás a era dos apagões”, afirmou o Líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), em pronunciamento ao plenário, nesta terça-feira (27), rebatendo críticas do pré-candidato à presidência pelo PSB, Eduardo Campos, que acusou Dilma de “implantar uma ditadura” na área.

Para Humberto, apenas o profundo desconhecimento da realidade pode explicar a manifestação de Campos — além do gosto duvidoso expresso na escolha das palavras, levando-se em conta a história de luta da presidenta Dilma durante o regime militar. “Não se ouviu dele [Campos], até agora, qualquer proposta concreta melhor que a nossa para tornar mais eficiente o setor energético nacional”, lembrou Humberto, para quem as declarações ex-governador de Pernambuco decorre da “pretensão de se colocar na disputa presidencial”, turvando os fatos em prejuízo da verdade.

“A antecipação do debate eleitoral é sempre muito ruim para o país, porque traz, de forma extemporânea, uma discussão política que nós só deveríamos fazer a partir do início da campanha”, alertou Humberto, para quem a disputa política pobre e baseada em equívocos não ajuda na construção de um debate propositivo e de um processo democrático limpo e esclarecedor, na contramão da postura que deveria pautar todos os que aspiram à Presidência da República.

Vencendo os apagões
O líder petista recapitulou as transformações introduzidas pelos governos Lula e Dilma no setor elétrico, ao longo de 12 anos de governo, como a ampliação, por meio de leilões, de 80 mil para 120 mil MegaWatts da capacidade instalada de eletricidade do país, com prioridade para as fontes de energia renováveis em uma matriz que já é uma das mais limpas do mundo. “Na transmissão, também por meio de leilões, agregamos mais de 20 mil quilômetros à rede brasileira, sempre tendo como um dos nossos principais objetivos a segurança energética”, lembrou o senador.

Também foram os governos petistas que assumiram a construção de três das maiores hidrelétricas do mundo e levaram eletricidade a mais de 15 milhões de brasileiros no campo. “Obviamente, não fizemos isso sozinhos. Temos um diálogo permanente e constante com as entidades do setor elétrico. E isso decorre da compreensão de que é extremamente importante planejar conjuntamente a expansão do sistema para assegurar a oferta regular de energia, uma vez que isso é fundamental na decisão de quem quer investir no nosso país”, destacou o senador. 

Humberto reafirmou a compreensão do governo do papel estratégico desempenhado pelo setor elétrico. “Nosso governo conduz essa área com rigor e muito diálogo, para garantir sua eficiência e, principalmente, o interesse público”. Para o líder, é “totalmente descabida” qualquer acusação de falta de diálogo sobre o setor de energia no âmbito do Governo Federal.

Governo de avanços
O senador também rechaçou a tentativa de Eduardo Campos de, inspirado pelo discurso tucano, colar na presidenta Dilma uma imagem de “descuido com a inflação”. “Enquanto a vida de alguns é ser pré-candidato, a vida de Dilma é ser presidenta da República. E, no exercício desse mandato com que os brasileiros lhe honraram, Dilma tem trabalhado incansavelmente para que a economia do Brasil resista à crise internacional sem que a população sofra prejuízos”, rebateu.

Atualmente, lembrou ele, a inflação está sob controle e converge para o centro da meta. A média anual inflacionária no governo Dilma chega a 5,9%, enquanto nos governos do PSDB ultrapassava os 9%. O cenário econômico é muito diferente dos tempos em que a oposição de hoje conduzia os destinos do País: o Brasil tem o 7º maior PIB do mundo, com um ritmo de crescimento que, em 2013, superou o de países como Estados Unidos, Japão, Reino Unido, Alemanha e França. É um cenário de crescimento da renda, a ampliação do crédito, do mercado de consumo e a redução histórica dos índices de desemprego.

“Temos uma economia aquecida e estamos tomando todas as medidas cabíveis para controlar a inflação, porque o Governo da presidenta Dilma sabe do poder destrutivo do descontrole de preços sobre as rendas, os salários, os lucros das empresas e, obviamente, sobre o cálculo econômico. De maneira que não há possibilidade de transigirmos com esse ponto”, afirmou Humberto, lembrando que as alternativas propostas pelo “lado de lá” são os cortes de investimentos públicos essenciais “e outras medidas impopulares, como eles mesmos dizem, que vão comprometer as políticas sociais, o desenvolvimento inclusivo e a nossa estabilidade macroeconômica”.

Humberto alertou que os avanços conquistados a partir do governo Lula não podem retroceder nem “dar um salto para o desconhecido”, sob o comando de uma hoje oposição que não propõe nada, porque não tem projeto para o País. “Nós do PT não vamos deixar que os fatos sejam distorcidos nesse debate político. Faremos todo o enfrentamento necessário para que os brasileiros rumem às urnas conscientes do que é verdade e do que são os equívocos que a oposição teima em contar”, concluiu o senador.

Cyntia Campos

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