Humberto quer Executivo como interlocutor dos movimentos sociais

Humberto: “É preciso alargar o debate para além dos gabinetes em Brasília”Nos próximos dias o Congresso Nacional deverá receber um conjunto de medidas propostas pelo Executivo para reforçar ainda mais o combate à corrupção no País. É uma resposta do governo aos que clamam pelo fim da impunidade e dos desvios, como destacou o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), em pronunciamento nesta terça-feira (17). Ele destacou a  responsabilidade do Governo Federal de ouvir, compreender e responder ao clamor popular. “No nosso sistema político, é importante que a Presidência da República exerça a sua liderança para dar celeridade aos temas e evitar uma paralisia no processo decisório”. 

O senador cobrou do Executivo que assuma, “urgentemente”, seu papel de interlocutor dos movimentos sociais, superando “o vácuo” que se instalou nessa área nos últimos tempos. “É preciso alargar o debate para além dos gabinetes em Brasília”. A responsabilidade, porém, não é exclusiva do governo. Do movimento social, Humberto cobra uma pauta com maior concretude, para além das bandeiras genéricas, para que essas reivindicações possam ser debatidas, negociadas e atendidas. “Nós, do Governo, não podemos negar, nem tapar o sol com a peneira e deixar de ver que há uma insatisfação na sociedade com o nosso Governo”.

Humberto quer a intensificação do diálogo entre governo e sociedade sobre temas como a reforma política, os ajustes necessários na área econômica, as leis para o combate à corrupção e sobre as diversas demandas sociais. “É uma discussão que precisa ser levada, largamente, a todas as partes do território nacional, coordenada com todos os movimentos sociais, para que possamos dar forma tangível às reivindicações e encaminhá-las de maneira a garantir, efetivamente, o seu atendimento”, acredita o líder petista, que cobra ainda uma melhoria na qualidade da comunicação do governo com a sociedade e lembra que novas tecnologias propiciam melhor contato entre representantes e representados e, portanto, “não é razoável que o diálogo esteja prejudicado e que demandas sociais não sejam recebidas e tratadas, satisfatoriamente, pelo Poder Público, em todos os níveis”.

Hora de elevar o nível do debate
Humberto considera que o momento político pede reflexão e diálogo. Para isso, porém, será necessário elevar o nível do debate. Ele criticou duramente as violentas agressões à presidenta da República registradas nas manifestações do último domingo. Agressões que “ultrapassaram todos os limites e precisam parar”. O senador expressou seu constrangimento em tratar do tema da tribuna do Senado Federal, “mas se o trago aqui é porque ele chegou a um limite insuportável e é necessário dizer basta! Não é possível que isso continue”.

Além das agressões pessoais, Humberto deplorou as “agressões que aconteceram à democracia no Brasil, patrocinadas pelas elites econômicas do nosso País”, referindo-se aos pedidos de intervenção militar ou até mesmo intervenção estrangeira no Brasil, para derrubar um governo legitimamente eleito, como se viu no último domingo. Lembrando que é crime defender a intervenção militar, Humberto acredita que esses excessos “não merecem manchar a marcha pacífica dos que estiveram reunidos, tanto na sexta quanto no domingo”.

O senador enfatizou que não há a como considerar democratas os que, a pretexto de combater problemas e pedir melhoria de condições do País, defendam a adoção de medidas criminosas e ilegais. “Não podem ser considerados democratas e, muito menos, defensores da ética”.

 

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