Humberto diz que não há motivos concretos para convocar Gurgel

Humberto diz que não há motivos concretos para convocar Gurgel

Relator da CPMI, Odair Cunha, diz que explicações do procurador-geral, quando necessárias, podem ser por escrito.

Não existe crise entre a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga as relações criminosas do contraventor Carlos Augusto Ramos – o Carlinhos Cachoeira – e o Ministério Público. Foi o que garantiu na manhã desta quinta-feira (10/05) o deputado Odair Cunha (PT-MG), relator da CPMI.

“Se houver elementos que justifiquem (a convocação), tudo bem. Só acredito que até o presente momento esses elementos não existem e nós não vamos transformar a CPMI na CPMI do Procurador. Esta é a CPMI do Cachoeira. Agora, se houver alguma coisa que justifique a vinda dele, eu não tenho dúvida até de que a CPMI poderá convidá-lo”, declarou o senador Humberto Costa (PT-PE), que, além de relator do processo contra o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) no Conselho de Ética, é titular da CPMI.

Apesar das recentes declarações do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, sobre integrantes da CPMI, parlamentares petistas que compõem o colegiado dizem que, por enquanto, não há motivos concretos para convocar o procurador. “Não há crise nas nossas relações com o Ministério Público. Essa é uma instituição do Estado Democrático que precisa ser fortalecida. Tratamos de questões substantivas. Questões adjetivas não nos interessam”, assegurou Odair Cunha, pouco antes de entrar para a sessão secreta que ouviria os depoimentos de um delegado e dois procuradores responsáveis pela operação Monte Carlo.

odair_cpmi1Segundo Cunha, qualquer cidadão investido de poder público precisa prestar esclarecimentos ao Legislativo, mas que, neste caso, o procurador-geral pode escolher a forma de fazê-lo. “O que a CPMI deseja é uma explicação. A forma da explicação é o menos importante. O mais importante é o conteúdo das respostas. Qualquer cidadão que está investido em um cargo público precisa prestar esclarecimentos. É natural isso. Não queremos criar um cavalo de batalha em torno desse tema”, disse.

De acordo com Odair, as explicações para o fato de o Ministério Público não ter pedido a abertura de inquérito quando recebeu, em 2009, relatório da Polícia Federal com os resultados da operação Vegas, podem chegar à CPI por via escrita ou oral.

Nessa quarta-feira (09/05), Roberto Gurgel afirmou que são pessoas que “morrem de medo do julgamento do mensalão”. “É compreensível que algumas pessoas ligadas a mensaleiros tenham essa postura de querer atacar o procurador-geral. São pessoas que, na verdade, aparentemente, estão muito pouco preocupadas com a questão do desvio de recursos e a corrupção”, disse Gurgel, no intervalo da sessão no STF, de acordo com a Agência Brasil.

Para Humberto Costa, “a reação dele (Gurgel) foi totalmente sem sentido, mas não há razões que justifiquem a vinda dele aqui ao Senado por enquanto”. Sobre o Conselho de Ética, declarou: “Nós estamos limitados a avaliar a conduta do senador Demóstenes Torres, mas o que ensejou esse tipo de conduta do procurador (ter ou não adiado a investigação das denúncias) acho que deve ser objeto de um outro tipo de investigação. Ou do Conselho Nacional do Ministério Público, ou do Supremo Tribunal Federal ou, no futuro, da  CPMI”, considerou.

Giselle Chassot com agências online

Ouça a entrevista do senador Humberto Costa
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