A indústria química nacional é responsável pela contribuição de quase R$ 1 trilhão ao Produto Interno Bruto (PIB) nacional, sendo uma máquina de geração de emprego e renda. Mas essa importância foi completamente ignorada pela gestão Bolsonaro, que adotou medidas que asfixiaram o setor, paralisando linhas inteiras de produção e beneficiando apenas interesses estrangeiros.
“Uma das medidas mais abruptas e injustificadas foi a redução do imposto de importação de resinas plásticas, que ameaça a operação de enormes polos geradores de empregos em todo o Brasil, como os localizados no Rio Grande do Sul, no Rio de Janeiro, em São Paulo, na Bahia, em Alagoas e no meu estado de Pernambuco”, destacou o senador Humberto Costa (PT-PE), em discurso ao plenário nesta quinta-feira (9).
Segundo o parlamentar, a “lambança” adotada pelo governo anterior vem gerando enormes prejuízos à planta petroquímica de Suape, que concentra 100% da produção nacional de resinas PET e tem capacidade para atender toda a demanda doméstica.
“Para uma planta ser eficiente e viável, é necessário que esteja operando com ocupação, no mínimo, de 80% de sua capacidade. E não é o que vemos hoje no país, em razão dessas medidas danosas e desastradas tomadas pela administração do ex-ministro da Economia Paulo Guedes e Bolsonaro, que fizeram com que plantas inteiras parassem em Pernambuco, deixando de produzir mais de 200 mil toneladas por ano”, criticou.
A redução das alíquotas de importação, ainda de acordo com Humberto, foi feita de forma arbitrária sem planejamento, sendo que os preços praticados no Brasil eram inferiores à paridade de importação com a Ásia. Para se ter uma ideia, o índice da taxa praticada para a importação da resina PET caiu de 11,2% para míseros 4,2%.
“Ou seja, foi um ato deliberado de asfixiamento da indústria nacional, a única produtora de resinas PET em toda a América do Sul, com incontáveis elos em toda a cadeia produtiva”, disse o senador.
Pernambuco, por exemplo, tem a única planta de Ácido Tereftálico Purificado da América do Sul, que produz 720 mil toneladas por ano do produto. Os investimentos totais da empresa somam mais de US$ 4 bilhões.
“Já se vão sete meses desde a redução da alíquota e a situação é insustentável porque as margens de lucro são inviáveis, e a indústria é obrigada a reduzir os seus volumes de produção, paralisando totalmente algumas linhas”, lamentou o parlamentar.
Confiança em Lula
Humberto Costa prediu a revisão da redução das alíquotas de importação ao vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, e ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
“Eu estou confiante de que o governo do presidente Lula – comprometido com a indústria nacional e com a geração de emprego e de renda para o nosso povo – vai reverter essa lambança produzida pelo amadorismo do governo anterior”, disse.
As principais empresas do mundo da área química estão no Brasil. É a 6ª maior matriz do planeta neste segmento, contribuindo com mais de 12% do PIB da indústria de transformação nacional, o 3º maior setor do país.