Humberto: “Os políticos precisam reagir com trabalho, e não com obstrução, para pôr fim a essa crise política”Quem defende a conflagração do País e a divisão entre governo e a oposição pratica uma violência política. A crise, alimentada por quem não aceita a vitória da presidenta Dilma Rousseff nas urnas está vitimando o País e o clima de confronto só interessa a quem se beneficia com a situação. A conclusão é do líder do Governo no Senado, Humberto Costa (PT-PE) que, em pronunciamento ao plenário nesta quarta-feira (9), pediu serenidade em vez do clima que tomou conta do País e é insuflado por quem tem interesse em manter a secessão. Para Humberto, a necessidade de derrubar “na marra” alguém que chegou onde está por decisão das urnas é uma violência.
“Essa violência praticada contra Dilma – e por extensão, como assistimos com assombro na semana passada, ao presidente Lula, a quem querem impor o absurdo de um impeachment preventivo, a quem querem destruir pelo medo da sua força política – não serve ao País nem ilustra a nossa democracia”, disse.
Ele apelou pela elevação do nível do debate, da ampliação do diálogo e do debate de ideias. E garantiu que o governo Dilma não tem o mais remoto interesse em manter o clima de imobilismo em que foi inserido e de onde tenta sair por meio dos caminhos democráticos e de respeito ao contraditório. “As guerras, nós nem sabemos muitas vezes como elas começam. Mas sabemos que todas têm fim em torno de uma mesa de negociações”, destacou.
Para Humberto, em vez de confronto nas ruas, como defendem alguns, convocando manifestações – não necessariamente pacíficas – para o próximo domingo – “é hora de todos sentarmos à mesa para discutir aquilo que realmente interessa ao País”.
Em vez de brigar, é essencial reagir; “reagir com trabalho para pôr fim a essa crise política e destravar o Brasil dessa paralisia em que esse debate estéril de impeachment e cassação despropositada de direitos constitucionais nos enfiou”, ensinou Humberto. Ele lembrou que o governo já demonstra essa reação, quando trabalha e apresenta bons resultados, como a redução do déficit habitacional, que caiu em mais de 10%, graças ao programa Minha Casa Minha Vida, enumerou.
O parlamentar também lembrou que os brasileiros mais carentes, e que precisam de mais assistência hoje contam com o suporte de programas como o Bolsa Família e o Brasil sem Miséria. “Agora mesmo, apenas na primeira semana de março, com somente quatro dias úteis, contabilizamos mais de 1 bilhão e 200 milhões de dólares de saldo positivo (na balança comercial), especialmente com a venda de manufaturados”, relatou, elencando ainda reduções da tarifa de energia, aumento da taxa de empreendedorismo e um recuo dos indicadores de inflação. “O governo reage, o País reage, os brasileiros reagem à situação e a classe política precisa fazer a mesma coisa”, recomendou.
Afinação entre aliados
O sinal mais evidente da disposição para o diálogo no dia de hoje veio do café da manhã na residência oficial do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Outros senadores da base de apoio a Dilma, especialmente do PMDB, participaram do encontro que teve por finalidades afinar a coordenação dos aliados do Palácio do Planalto no Senado e dar um fim à obstrução patrocinada pela oposição.
“Os políticos precisam fazer a mesma coisa: reagir com trabalho, e não com obstrução, para pôr fim a essa crise política e destravar o Brasil dessa paralisia em que esse debate estéril de impeachment e cassação despropositada de direitos constitucionais nos enfiou, pediu.
O líder concluiu reforçando o apelo do presidente do PT, Rui Falcão, que pediu que as forças de esquerda, que os partidos políticos que sustentam o governo, que as entidades da sociedade civil não aceitem provocações. “Quero aqui secundar a posição do presidente do PT, Rui Falcão, sugerindo a todos aqueles que estão conosco que, no domingo, não se manifestem. Nós temos datas importantes como o dia 18 e o dia 31 de março e não vamos lhes dar pretextos, para eles, que pregam a violência e o ódio, quererem nos acusar desse tipo de ação, desse tipo de atitude”, encerrou.
Giselle Chassot
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