Humberto: “Essa agenda plural será construída por várias mãos”O senador Humberto Costa (PT-PE) fez seu primeiro discurso na tarde desta terça-feira (1º) na condição de líder do governo no Senado e sua mensagem foi clara e precisa: “construir consensos em torno de projetos de interesse do Brasil e dos brasileiros, buscando o debate de ideias não apenas com os partidos da base aliada, mas com todas as colorações partidárias para que sejam formados consensos de alto nível para o bem do País”, afirmou.
Ao reconhecer que o momento político e econômico não é favorável, Humberto disse que “vai estender as mãos a todos os colegas parlamentares, independentemente de partido político, como forma de diminuir as divergências que existem. Mas sua missão é buscar caminhos para superar os impasses”, disse ele.
Quanto ao impasse em relação a temas polêmicos, Humberto anunciou que dentro de 90 dias o governo encaminhará para o Congresso Nacional o texto da reforma da previdência. “Eu sempre disse que nenhum projeto que chega aqui sai da forma que entrou. Não podemos partir do princípio que alguns temas são tabus e, por isso, não devem ser discutidos”, ponderou.
A edificação dessa pauta de desenvolvimento e superação da crise, de acordo com o líder do governo, será resultante da participação de todos os agentes políticos e sociais. “Essa agenda plural será construída por várias mãos”, enfatizou, reforçando que os menos favorecidos da sociedade brasileira não serão prejudicados. “É tarefa de todos propor soluções, encontrar saídas para a crise”.
Sobre o posicionamento do Partido dos Trabalhadores, Humberto disse que isso será importante, mas não quer dizer que o PT está proibido de divergir da pauta do governo. “É função do partido cobrar o governo e o governo não pode deixar de governar para todos”.
Troca no Ministério da Justiça
Humberto aproveitou seu discurso para dissipar o mal-estar criado em torno da saída do ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, de que órgãos como a Polícia Federal, o Ministério Público e a própria Justiça perderão suas autonomias. “O governo não vai interferir porque houve a troca de ministros e também não podemos aceitar a tutela do Poder Judiciário. Temos que lembrar que foi o PT quem deu a tão aguardada autonomia à Polícia Federal e quem mais respeitou a lista tríplice de indicações do Ministério Público para o cargo de Procurador-Geral da República. Tudo continuará funcionando”, afirmou.
Em aparte, os senadores Paulo Paim (PT-RS), Jorge Viana e Blairo Maggi (PT-MT) elogiaram a decisão acertada da presidenta Dilma na escolha de Humberto na liderança do governo no Senado.
Marcello Antunes
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