Mais um escândalo do governo Bolsonaro foi revelado nesta terça-feira (12): a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) utilizou um sistema capaz de monitorar a localização de qualquer pessoa por meio do número de telefone celular. Esse é mais um caso do uso de órgãos do Estado para a satisfação de interesses políticos e pessoais, aponta o senador Humberto Costa (PT-PE).
“Foi absurdo o uso desenfreado de órgãos do Estado para a satisfação de interesses políticos e pessoais. Foi assim com a Polícia Rodoviária Federal, com a Polícia Federal, com a Receita Federal, com a Abin, órgãos que o ex-presidente da República tentou transformar em um puxadinho particular para resolver atividades suspeitas suas e de pessoas próximas a ele”, denunciou o parlamentar.
A Abin operou ilegalmente, durante três anos do governo Bolsonaro, um sistema com capacidade de rastrear celulares de até dez mil cidadãos a cada doze meses. A denúncia foi revelada pelo jornal O Globo. A ferramenta monitorava num mapa apenas com a utilização, a digitação do número de um contato telefônico a última localização conhecida do dono do aparelho.
“Um serviço de arapongagem, nos moldes do que acontecia na ditadura militar. […] Não podemos de forma alguma deixar qualquer uma daquelas mazelas do nefasto governo passado ficar sem investigação”, afirmou Humberto.
O senador defende que o caso seja “severamente” investigado pelo Tribunal de Contas da União, pela Controladoria-Geral da União e pelas comissões do Congresso Nacional – no Senado, por exemplo, pela de Fiscalização e Controle.
“O presidente Lula tomou uma decisão acertada de transferir a Abin para a alçada da Casa Civil como uma forma de profissionalizar a agência, determinar o seu trabalho no estreito limite da lei e adaptá-la ao funcionamento dentro do regime democrático”, disse o parlamentar.