corrupção do clã bolsonaro

Humberto quer investigação sobre uso político da Abin

Agência operou ilegalmente por mais de três anos utilizando um sistema com capacidade de rastrear celulares de até dez mil cidadãos a cada doze meses
Humberto quer investigação sobre uso político da Abin

Foto: Alessandro Dantas

Mais um escândalo do governo Bolsonaro foi revelado nesta terça-feira (12): a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) utilizou um sistema capaz de monitorar a localização de qualquer pessoa por meio do número de telefone celular. Esse é mais um caso do uso de órgãos do Estado para a satisfação de interesses políticos e pessoais, aponta o senador Humberto Costa (PT-PE).

“Foi absurdo o uso desenfreado de órgãos do Estado para a satisfação de interesses políticos e pessoais. Foi assim com a Polícia Rodoviária Federal, com a Polícia Federal, com a Receita Federal, com a Abin, órgãos que o ex-presidente da República tentou transformar em um puxadinho particular para resolver atividades suspeitas suas e de pessoas próximas a ele”, denunciou o parlamentar.

A Abin operou ilegalmente, durante três anos do governo Bolsonaro, um sistema com capacidade de rastrear celulares de até dez mil cidadãos a cada doze meses. A denúncia foi revelada pelo jornal O Globo. A ferramenta monitorava num mapa apenas com a utilização, a digitação do número de um contato telefônico a última localização conhecida do dono do aparelho.

“Um serviço de arapongagem, nos moldes do que acontecia na ditadura militar. […] Não podemos de forma alguma deixar qualquer uma daquelas mazelas do nefasto governo passado ficar sem investigação”, afirmou Humberto.

O senador defende que o caso seja “severamente” investigado pelo Tribunal de Contas da União, pela Controladoria-Geral da União e pelas comissões do Congresso Nacional – no Senado, por exemplo, pela de Fiscalização e Controle.

“O presidente Lula tomou uma decisão acertada de transferir a Abin para a alçada da Casa Civil como uma forma de profissionalizar a agência, determinar o seu trabalho no estreito limite da lei e adaptá-la ao funcionamento dentro do regime democrático”, disse o parlamentar.

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