Criador do Farmácia Popular, como primeiro ministro da Saúde do governo do presidente Lula, o senador Humberto Costa (PT-PE) recorreu ao Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) para evitar o esfacelamento do programa pela gestão de Jair Bolsonaro. O senador questiona o emprego de mais de R$ 250 milhões em compra de hidroxicloroquina e azitromicina pelo governo para empurrar um “kit-covid” ilegal na população brasileira.
Sem qualquer comprovação científica de eficácia no combate ao coronavírus. os dois medicamentos chegam, em muitos casos, até mesmo a ser contraindicados no tratamento porque podem levar pessoas à morte. Pesquisas já atestaram, também, que a hidroxicloroquina pode provocar distúrbios mentais. Para o presidente da República, no entanto, os remédios seguem sendo vendidos como a salvação para uma pandemia que, somente no Brasil, já matou quase 180 mil pessoas e está em crescimento em 20 estados e no Distrito Federal.
O governo, agora, quer empurrar hidroxicloroquina e azitromicina a doentes que estão com dificuldades recorrentes de encontrar na rede do Farmácia Popular os medicamentos que deveriam receber regularmente, como os utilizados para asma, diabetes e hipertensão.
“É um absurdo que remédios sem qualquer comprovação científica para uso contra a Covid-19 estejam sendo adquiridos e empurrados pelo governo na população, com o gasto abusivo de milhões de reais, ao tempo em que os que deveriam ser distribuídos estão, muitas vezes, em falta. Isso tem que ser imediatamente impedido”, disse o senador.