Líder do PT e do Bloco de Apoio diz que base apoiará convocação de qualquer autoridade, mas não uma CPI em época eleitoral
Humberto: “Não participaremos de qualquer |
Se parlamentares da oposição ou qualquer outro integrante do Congresso Nacional quiser a presença de ministros de Estado ou diretores da Petrobras para esclarecer o que quer que seja sobre a estatal, terão o apoio da base governista. Mas se a ideia é simplesmente aproveitar o momento político para tirar proveito eleitoral, aproveitando-se de notícias “requentadas” para atacar a empresa que é um dos maiores patrimônios dos brasileiros, podem estar certos de que terão dificuldades.
Esse foi o tom do pronunciamento do líder do PT e do Bloco de Apoio, Humberto Costa (PE) nesta terça-feira (25), ao garantir que os governistas trabalharão para desmontar a estratégia da oposição de formar uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar o que “já foi exaustivamente investigado e pode ser esclarecido com a simples utilização de prerrogativas garantidas à Câmara e ao Senado pela Constituição”.
“Não participaremos de qualquer picadeiro montado única e exclusivamente em benefício de alguns e prejuízo de muitos”, afirmou, recordando que propostas oportunistas como a que se pretende com a Petrobras estão entre as razões que desmoralizaram as comissões parlamentares de inquérito, que, no passado, já foi um dos instrumentos mais poderosos do Congresso Nacional. Graças a essas comissões, lançaram-se luzes sobre uma das maiores práticas de corrupção entre políticos – o do Orçamento Geral da União – que resultou na CPI dos Anões e no desmantelamento do esquema que desviava milhões dos cofres públicos.
Mas é verdade também que as últimas CPI não trouxeram qualquer resultado, seja porque os suspeitos chegavam às inquirições com autorização do Superior Tribunal Federal (STF) para se manter em silêncio, seja porque muitos parlamentares enxergaram na ocasião a oportunidade para ampliar seus minutos de fama. O líder do PT citou especificamente a assim chamada CPI do Cachoeira, que ,segundo definiu, serviu de palco para alguns e acabou com apenas duas páginas de relatório, nenhum indiciado e consequências próximas do zero..
Humberto lembrou também aos parlamentares da oposição que os investimentos como o da refinaria de Pasadena já constavam dos planos de negócio da Petrobras desde 1999, ainda no governo FHC, quando o Conselho da Petrobras era presidido pelo ex-ministro Pedro Malan. Nesse contexto, a compra de duas refinarias na Argentina também seria investigada, pois, de lá para cá, o mercado argentino só fez diminuir. Já Pasadena, considerou o líder, era à época um investimento francamente justificável – tanto que foi aprovado por unanimidade pelos integrantes do Conselho: “Trata-se de uma refinaria localizada no Golfo do México, em uma área com oleodutos, gasodutos e próxima a um dos maiores mercados do mundo”, recordou.
Humberto lembrou ainda que, após a decisão pela compra de Pasadena, a economia global foi atingida em cheio pela crise de 2008 – a maior desde o crack da bolsa de 1923, que derrubou o consumo, enfraqueceu a economia global e gerou uma perda de até 80% para as refinarias. “Isso não poderia ser previsto nem pelas oraculares agências de classificação de risco que insistem em colocar o Brasil em posições não muito justas”, apontou o senador.
Humberto Costa classifica como lamentável que, passados dez anos dos fatos denunciados, eles voltem à tona com ares de denúncias. “É um total disparate o barulho que se faz agora em torno desse tema”.
Sobre a refinaria Abreu e Lima, Humberto disse que a “denúncia” de que a Petrobras teria levado um calote da Pedevesa não tem o menor cabimento. “A Pedevesa jamais entrou no negócio, o que houve foi apenas a intenção”,disse, lembrando que a refinaria gerou empregos não só em Pernambuco como em outros estados do País.
“O problema é que a oposição tem se pautado por implatitudes para tentar desmoralizar uma empresa que, em 2013, investiu o maior montante já aplicado em sua história recente”.
Humberto concluiu reiterando que a aprovação de requerimentos para que a presidenta da Petrobras, Graça Foster e do ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, compareçam ao Congresso para explicar o que for necessário é prova de que o Governo não quer se omitir de seu dever de dar explicações sobre o tema refinarias ou sobre qualquer outro.
Giselle Chassot
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