Em pronunciamento ao plenário, nesta quarta-feira (16), Humberto lembrou que do mesmo jeito que é uma obrigação do eleitor buscar se informar para votar de maneira consciente, também é dever dos candidatos agir de modo transparente, “apresentando suas posições políticas e suas propostas para o Brasil com extrema clareza a todos os eleitores”. Clareza que, segundo o senador petista, tem faltado ao ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que disputa a presidência da República pelo PSB.
Humberto criticou duramente as declarações de Campos na “sabatina” realizada nesta terça-feira (15) pelo portal informativo UOL, na qual o candidato do PSB desferiu diversas críticas ao governo da presidenta Dilma sem esclarecer os participantes do encontro com jornalistas que, até recentemente, participou da gestão que agora busca desqualificar. Para Humberto, uma das declarações de Campos que mais repercutiu foi a de que “Dilma será a primeira presidente da República do ciclo democrático no Brasil que vai entregar o País pior do que recebeu” – o que, para o líder do PT no Senado, “é um total equívoco”.
“Primeiro, porque acredito que a presidenta não vai entregar o Brasil a ninguém. Tenho absoluta certeza de sua reeleição”, afirmou o senador. Além disso, prosseguiu Humberto, porque o País continua a avançar a melhorar sob a administração da presidenta. “Para dissipar a desinformação disseminada pelo desconhecimento, nada melhor do que mostrar a realidade. Não vou nem comparar aqui o Brasil de hoje com o Brasil de 2002, aquele Brasil que recebemos do PSDB”, disse o líder petista, citando conquistas mais recentes, como a redução da taxa de pobreza dos 4,2% de 2011, quando Dilma tomou posse, para os 3% de hoje.
“Graças ao Brasil sem Miséria, criado por Dilma, a partir dos programas sociais do Governo Lula, mais de 14 milhões de famílias beneficiadas pelo Bolsa Família tiveram um aumento real de 44% em seus benefícios para superar a extrema pobreza”, lembrou Humberto. Ele também citou o progressivo crescimento do salário mínimo (R$510, no final do governo Lula, R$724 hoje). “É bom que se diga que com os dois presidentes petistas o salário mínimo aumentou 72%”, destacou Humberto.
Ele citou também o crescimento do número de brasileiros que passaram a viajar de avião (79 milhões em 2010, 110 milhões atualmente), a quantidade de automóveis produzidos (3,3 em 2010, 3,7 milhões hoje) e o crescimento do PIB per capita de U$10,9 mil de 2010 para os U$11,7 mil atuais. “O que o ex-presidente Lula legou à educação Dilma também aprofundou. Ela lançou o Pronatec, que, em menos de quatro anos, já criou 116 institutos técnicos em todo o País e, até o fim de 2014, terá gerado mais de 8 milhões de vagas em cursos profissionalizantes e de qualificação profissional”, citou o senador. “O ProUni, que a oposição foi à Justiça combater, Dilma recebeu de Lula e ampliou o acesso para 1,2 milhão de estudantes, que hoje têm direito ao ensino superior”. Humberto também lembrou a criação do Ciência sem Fronteiras, que já levou mais de 100 mil estudantes de graduação para complementarem sua formação acadêmica no exterior.
Para Humberto, “dizer que o Brasil está pior denota um profundo e perigoso desconhecimento da realidade para um candidato à Presidência da República – candidato, aliás, que integrou três anos do Governo Dilma e oito anos do governo Lula, e hoje é capaz até de propor uma comparação sem fundamentos entre Lula e o seu antecessor”. Segundo o senador, as declarações de Campos expressam a “campanha errática do PSB, que ora pende para um lado, ora para o outro; ora criticando o que chama de raposas, ora se aliando com elas; ora integrando por mais de uma década determinado governo, ora querendo renegá-lo”. Segundo o líder petista, já passou do momento de Campos “mostrar coerência no discurso propostas concretas para que o eleitor saiba quem é o candidato que e apresenta. Não se constrói uma via política com base nesse movimento pendular”.
Em aparte, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) elogiou o pronunciamento de Humberto e lamentou a falta de projetos de parte das candidaturas que pretendem enfrentar a presidenta Dilma no pleito de outubro. “Erráticos, sim, são ambos os candidatos que estão hoje disputando com a presidenta e que figuram nas pesquisas um pouco melhor que os demais. Não conseguem apresentar ao País um projeto de mudança”. Ela criticou a contradição dos que prometem manter as políticas sociais implantadas por Lula e Dilma e, ao mesmo tempo, falam de arrocho e de medidas impopulares.